segunda-feira, agosto 29, 2011

Clarice e eu.

"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre."

Clarice Lispector escreveu, e eu me enquadrei.

Eu sou assim, meio doce meio amarga. Tudo depende do que. Tudo depende de quem. E assim como magoo, esqueço. Assim como me magoam, perdoo. Poucas coisas, poucas marcas, se prosperam por tanto tempo que eu não consiga apagá-las.
Por que guardar, quando temos tanto para acertar?
Se eu grito, brigo, xingo, é por que no fundo, tanta intensidade me apavora. E se fujo, é por que ainda não descobri como ficar, sem transbordar meus sentimentos confusos e irriqueitos.
Mas esqueço. E por tanto esquecer, por tanto apagar, recomeço a cada dia uma nova caminhada. Até o momento, em que eu sentir, que é hora de parar.

2 comentários:

Terráqueo disse...

Lindo. Gostei muito.

F. disse...

Obrigada, Terráqueo. Intensamente verdadeiro.

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