segunda-feira, agosto 15, 2011

Sim, eu ainda me choco. Mas também acredito!

Imagine morar com alguém há 5 anos. Ser pedida em casamento, ter planos de formar uma família... Combinar uma mudança de cidade, junto a essa pessoa. Viver em meio a atitudes que mostram, por muito tempo, planos de vida conjunta, que criam expectativas, que geram laços, que ampliam vínculos...

Imagine essa relação finalizar, então, surpreendente e abruptamente, de uma forma fria e distante. Uma conversa unilateral, sem abertura para questionamentos. Apenas com afirmativas e imposições. Imagine receber o e-mail dizendo: “Eu não quero mais. Desculpe, mas não posso. Eu não consegui te falar”. E a vida de uma pessoa, estar virada de pernas para o ar, em poucos minutos.

Algumas coisas machucam. Doem. Traumatizam. O final de um relacionamento, desta forma, encabeça essa lista. Como isso é conduzido pode fazer com que as pessoas saiam muito mais feridas, de todo um processo que é naturalmente pesado.

Como o medo, a fraqueza, a falta de coragem, podem ser maiores do que a lealdade e respeito? Maior do que a consideração por alguém, com quem se viveu e construiu uma história por tanto tempo? O que faz uma pessoa escrever ao invés de falar, nessa situação? Achar que a outra merece tão pouco? Preferir à distância ao mínimo de afeto que poderia restar?

Mais do que isso, eu questiono: o que há com as pessoas, que não tem mais coragem de enfrentarem seus problemas? De superarem obstáculos? Passarem por cima de traumas? Pessoas que ignoram que sempre haverá problemas e questionamentos, para ficarem juntas? O que há com as pessoas, que acham mais fácil se desentenderem, do que entender o que se passa com o outro? Do que se colocar um pouco no lugar de outra pessoa, do que ceder? O que há com as pessoas, que acham que sentimentos são descartáveis, e que a vida, os amores, podem ser comprados em cada esquina, como latinhas de cerveja, ou maços de cigarros? O que tornou tudo tão pequeno, tão fútil, tão vazio?

Vendo essas relações virando tão superficiais, quero saber se algum dia terei meu “amor numa boa, de gente fina elegante e sincera”. É tanta desilusão e tristeza, que vejo nesse mundinho cão, que me questiono se isso tudo passará. E, se ainda encontraremos uma cura, para a frieza que toma conta de tanta gente. Para esse medo de amar e sofrer.

E olha que eu quero muito acreditar! Por que sofrer de amor, ainda é melhor que não vivê-lo.

6 comentários:

Bípede Falante disse...

Cantava alguém da antiga que: foi sempre mais feliz quem mais amou.
Eu assino embaixo. Quem ama, sofre. Mas quem não ama, nem vive.
Beijos
BF

F. disse...

E é tão triste não viver, Bípede!

cs disse...

adorei a sua última frase :)
amar é tão sublime que o meu maior medo é um dia não conseguir amar.


:)

F. disse...

Obrigada CS. Pela visita e comentário.
Acho que amar é doação e entrega. Por isso é tão complicado... ;)

Terráqueo disse...

Fernanda, consigo imaginar o que relatas com perfeição. Somente conhecemos finalmente as pessoas quando terminamos e elas se apresentam sem as máscaras da sedução. Tenho certeza que uma pessoa sensível como você jamais perderá a capacidade de amar. Sorte de quem souber te ver com clareza. Bjs.

F. disse...

Tuas palavras finais me tocaram, muito, Terráqueo. Obrigada pelo carinho! Um beijo

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...