segunda-feira, outubro 05, 2015

Agora não, vida

A vida gosta de aprontar conosco. Sempre colocando situações que nos deixam entre fuga e precipício, entre medo e enfrentamento, entre decisões preferimos não tomar e a necessidade de definição. A vida nos obriga a decidir entre engolir em seco ou fazer declarações necessárias.
Quando achamos que já está tudo bem, sereno, que já não criamos mais expectativas e já não precisamos mais de romance, lá vem ela pra nos confrontar. Pra nos lembrar que não somos sempre nós no controle. O problema, é que às vezes a gente quer, sim, ter controle. Quer, sim, identificar o que faz bem e o que pode ser que não faça, e simplesmente concluir que o risco já não vale a pena. 
Levei muito tempo para entender que me basto. Levei muito tempo para entender o tipo de relacionamento que quero para mim. Levei muito tempo para entender que não quero ser cobrada, que não quero crises de ciúmes e que preciso do meu espaço. Levei muito tempo para entender que por aqui, insegurança não vai mais servir. Então, vida, não venha aprontar comigo, não agora. Não venha tentar truques antigos, reedições, apresentações de velhos gostos. Não venha me mostrar aquilo que eu já aprendi que me faz mal. Eu levei muito tempo para perceber o que funciona para mim. E pra saber que o tempo é tão precioso quanto vida.

sexta-feira, setembro 11, 2015

Desistir, só por um momento.

“Desistir
Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; 
É que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, 
Mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros,
Mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.” 

Li esse pensamento da Cora Coralina agora pela manhã na página de um conhecido. 

Hoje estou tão triste e desesperançosa que me faltam olhos, esperança, ombros e coração para querer prosseguir. 

Ainda bem que sempre há um amanhã para acordar melhor. E enterrar tudo o que nos acontece de ruim.

terça-feira, setembro 01, 2015

Tempo, tempo, tempo

Eu gostaria de voltar o tempo. Ter a lucidez que tenho hoje, minha maturidade, entender a vida como entendo, perceber e ler as pessoas como agora, e com isso tudo viver algumas das oportunidades que vivi, que desperdicei, que não entendi. 
Eu gostaria de voltar o tempo, para poder dizer para algumas pessoas o quanto sou grata a elas. O quanto elas me ajudaram, mesmo com atitudes que me magoaram, a ser quem eu sou. Quando somos muito jovens, a cólera, a dor, a incompreensão não nos permite olhar adiante. Não que o tempo diminua certas dores, mas nos faz entender que elas não matam, apenas fortalecem e passam muito rápido. 
Eu gostaria de voltar o tempo para valorizar alguns dos chefes difíceis e temperamentais que tive. Aqueles que nos fazem correr até o banheiro para disfarçar lágrimas. Sem eles, talvez eu não tivesse mudado os rumos da minha carreira, talvez não tivesse me atirado em novas oportunidades, não não tivesse vindo para onde vim.
Eu gostaria de voltar o tempo para aproveitar melhor oportunidade que tive, momentos que passaram rápidos, lugares que visitei. Guardar melhor informações que recebi. Entender que algumas coisas não se repetem, algumas amizades são passageiras, algumas pessoas estão na vida da gente apenas por um breve momento e com um breve objetivo. Teria aproveitado muita gente, muito melhor.
E, principalmente, eu gostaria de voltar o tempo, para fazer duas ou três coisas diferentes. Não desperdiçar algumas poucas pessoas, ou momentos. Abraçá-los com força e intensidade. E não deixar que meu medo fosse maiores que minhas vontades.
E como isso não é possível eu apenas aceito pensar em como seria diferente, se um dia isso acontecesse. 

sexta-feira, julho 10, 2015

Landslide

I took my love, I took it down
I climbed a mountain and I turned around
And I saw my reflection in the snow-covered hills
Till the landslide brought me down

Oh, mirror in the sky, what is love?
Can the child within my heart rise above?
Can I sail through the changing ocean tides?
Can I handle the seasons of my life?

Well, I've been afraid of changing
'Cause I've built my life around you
But time makes you bolder
Even children get older
And I'm getting older too

Well, I've been afraid of changing
'Cause I've built my life around you
But time makes you bolder
Even children get older
And I'm getting older too
Oh, I'm getting older too

I take my love, take it down
I climb a mountain and turn around
And if you see my reflection in the snow-covered hills
Will the landslide bring you down
And if you see my reflection in the snow-covered hills
Will the landslide bring you down, oh, oh
The landslide bring you down

http://youtu.be/4xW2taEoH6s

quarta-feira, julho 08, 2015

Me deixa ter de novo
Teu gosto
Teu toque
Tua mão ansiosa em mim
Me deixa ver de novo
Tua pele
Teu rosto
Tua sede de mim
Me deixa ser de novo
Tua nua
Teu riso
Teu tudo enfim
Me deixa esquecer que tudo acabou
Que já te esqueci
Que fugi assim.
As vezes, só as vezes. Te quero todo.
De novo e mais
Bom assim.
As vezes, só as vezes. Te quero todo.
Como se tivesse sido.
Bom assim.

domingo, julho 05, 2015

Volta as aulas

Conhecer pessoas é um processo que demanda tempo e paciência. E eu não tenho muita paciência. Por isso sempre foi mais fácil para mim sair com pessoas que eu já conhecia. Sempre deu mais certo primeiro evoluir num campo e depois passar a outro. Ai a coisa fluía mais leve, conversar depois não era problema. Ser eu mesma podia. Ter meu ritmo não ofendia ou assustava, já que a pessoa me conhecia. Então eu fui ficando mais velha. E achei que esse processo tivesse se descomplicado. Ao menos comecei a conhecer pessoas que pareciam mais tranquilas, que me davam liberdade também nas atitudes e não só nas palavras. Pessoas que saiam, que ligavam no dia seguinte (e depois de novo) e gostavam do meu jeito direto de ser. E assim iam conversando e rindo e saindo comigo sem que isso ficasse pesado. Sem rótulos, expectativas ou avaliações. A coisa só fluía legal até deixar de fluir. Bom e leve. Algo que era claramente gostoso de estar junto, independente de quanto durasse. Então, eu achei que finalmente tinha aprendido a conhecer pessoas, quando na verdade eu tinha tido sorte por um período. Foi-se um tempo ate eu entender que não aprendi nada e deveria voltarmos escola. Então na primeira oportunidade de lidar com esse mundo novo, de novo, eu fiquei meio perdida. E como eu sou assim, um pouco trator, eu atropelei tudo. Falei, achei que tinha sido clara, fui eu mesma. Agora estou aqui, sentada, pensando em como não fazer mais estragos... Ao menos daqui pra frente...

quinta-feira, julho 02, 2015

Pessoas adultas

Esse assunto anda me fazendo pensar há um bom tempo. Em uma conversa entre amigas pelo whatsapp percebi o quanto ele incomoda mais mulheres, além de mim. 
Após uma idade, pessoas adultas desenvolvem diversas maneiras de se relacionar. Algumas vezes se sentem atraídos física e intelectualmente e tem interesse em se conhecer melhor, sair mais vezes para entender o quanto tem conectividade (ou não) e até desenvolver um relacionamento a dois. Outras vezes, sentem só atração física, e se interessam sexualmente um pelo outro, apenas. Até aí, problema nenhum, pessoas adultas sabem e escolhem o que querem. Só que isso precisa ser compactuado entre os dois para que não haja expectativas diferentes por uma das partes. Afinal, com expectativas diferentes, pode haver canalhice e magoa. 
O problema está aí: o pacto. Ele não é verbal. Quando duas pessoas saem com intuito de se conhecer, é mais fácil. Vai acontecendo aos poucos. As regras vão sendo criadas entre os dois que estão sentindo como o outro é, indo devagar. E quando os dois sabem que só querem uma noite, já definiram isso, não há mistérios, e ambos serão objetivos.
O problema está no limbo. Quando duas pessoas saem e não tem certeza do que vai acontecer. Quando vão se conhecer, e uma não tem ideia do que esperar da outra. Essas duas pessoas não compactuam o que querem. Não sabem o que acontecerá. E pode, sim, acabar tudo em apenas uma noite, ou pode ser tão legal que eles decidem se conhecer melhor. O problema é que para isso acontecer de uma maneira leve, sem sacanagem, e sem ninguém se machucar é preciso agir de uma maneira muito correta dos dois lados. O que raramente acontece. As pessoas são carentes e acabam usando os encontros para melhorar a própria auto-estima. Assim, machucam o outro. 
Se um dos dois só quer sexo, por exemplo, o outro precisa entender. E para deixar isso claro, é bem fácil. São comportamentos simples. Pra começar, não precisa ficar horas contando sobre a própria  vida. Falar sobre coisas cotidianas não aproxima mais do que o necessário para uma noite. Conversas  muito pessoais de 3, 4, 5 horas? Isso vai fazer o ouvinte baixar a guarda, falar de si, se expor. Entender tudo diferente já que falar muito sobre si é coisa de quem quer se conhecer, certo? Dizer te adoro ou te amo é proibido, em todas as situações (acontece)! E eu namoraria você não pode de maneira alguma. Fazer planos de um próximo encontro e prometer presentinhos, só vale se for real. Isso é uma promessa, e promessas devem ser cumpridas. Se um dos dois estiver gostando da companhia e realmente pretende ver a pessoa novamente, está permitido, mas nem é indicado, já que ser surpreendido com um convite é muito melhor do que esperar em vão. E o maior dos perigos (na minha opinião): dormir abraçadinho. Isso é tão íntimo que só deveria se fazer com quem se gosta, ou com quem você quer desenvolver intimidade. Para encontros de uma noite criam uma falsa sensação de que há sentimento.... nem pensar. Também não vale prometer sair novamente quando se sabe que não vai. Mentir só para manter uma opção na agenda é cruel.
Parece um monte de regras? Talvez. Mas se as pessoas tivessem um mínimo de cuidado, veríamos muito menos mal-entendido após uma noite a dois do que vemos por aí. E se as pessoas conseguissem cuidar das suas carências e não despejá-los em cima do outro, para depois fingir que nada aconteceu, com certeza haveria bem menos homens e mulheres se sentindo rejeitados.
Pactuar o que se quer, jogar limpo falar honestamente sobre como se sentiu e não ligar se não for para realmente levar algo adiante é o ideal. E se não dá, que ao menos tenhamos um comportamento correto, sem fazer o outro achar que estamos mais interessados do que de fato. Simples, honesto, adulto, e muito mais fácil.

quarta-feira, junho 24, 2015

Mais respeito, por favor.

As pessoas têm curiosidades e preocupações muitas vezes estranhas. Tem necessidade de impor seus gostos. De se ver em alguém. Tem cada vez mais dificuldade em entender, respeitar, e até sentir empatia pelo jeito de ser do outro. 
Esse dias ouvi alguém me perguntando sobre o que gosto de fazer nos finais de semana. Respondi que as vezes gosto de caminhar no parque, cozinhar, sair para ver gente, brincar com as crianças. E que em muitos dias gosto de dedicar minhas horas para ficar atirada, assistindo seriados, ouvindo música e lendo. Simples, não? Chocante para essa pessoa. Um esportista ativo não conseguiu entender "um lindo dia de sol perdido". Mesmo que eu esteja ganhando esse momento, para essa pessoa estaria desperdiçando meus tempo. Foi tanto argumento, que me cansei de ouvir.
Isso me leva a pensar sobre o quanto invadimos a vida dos outros. Sobre o quanto nos impomos. Sobre o quanto aconselhamos pensando em nós (se conselho fosse bom não era de graça). No quanto esquecemos de avaliar o outro e exigimos que prevaleça a nossa visão. 
Talvez por isso o mundo esteja ficando tão chato. Tão reto. Tão difícil de habitar com alguém. 

quarta-feira, junho 10, 2015

Uma mudança e tanto

Há quase 5 anos comecei meu projeto de mudança. Tinha em separado e, sem perceber, queria fugir da montanha russa dos sentimentos confusos e dolorosos que me invadiam. Naquele momento fui convencida, e convenci a mim mesma, de que me afastar não seria uma solução. Esperei. Talvez, tenha esperado até mais do que deveria. Foram quatro anos até que eu abraçasse as oportunidades e viesse, finalmente, para São Paulo.

Só que isso de mudar de cidade, deixar tudo para trás não é tão lúdico e fantasioso como se imagina. Não é tão bonito assim. As pessoas tratam como se fosse fácil, descomplicado... não é bem assim. Estudos apontam que uma mudança de cidade está entre os processos mais traumáticos e dolorosos pelos quais uma pessoa pode passar, um dos maiores causadores de depressão. Eu, obviamente, não sabia disso quando fiz as malas. Descobri aos poucos. Descobri diariamente. E ainda descubro. Estar longe de família, de amigos e do conhecido é sofrido. Ao mesmo tempo em que há a delicia de se conhecer algo novo sempre, de se desbravar cidades e ruas, de se fazer novos conhecidos, há o contraponto. A solidão de não se ter alguém confiável por perto, de não se ter um ombro amigo, de não se ter conforto. Em uma nova cidade, quando se é sozinho, se descobre como pessoas podem ser frias, como o céu pode ser cinza, como o silêncio pode ser cruel.

Largar tudo parecia para mim descomplicado e até 
delicioso. Parecia que saindo de uma cidade e vindo para outra, toda a carga do passado ficaria para trás. Não ficou. As lembranças continuam conosco. As saudades não nos abandonam, muito menos os arrependimentos. Medos e traumas? Eles continuam conosco, dia-à-dia, acordando e indo dormir. Minha insônia não deixou de existir, e nem meu medo de me relacionar com estranhos, ele até aumentou. Minhas muralhas continuam aqui, e a solidão também. Continuo sendo exatamente a mesma pessoa. Vir para uma cidade nova não mudou minha essência.

Apesar disso, eu sou grata à minha decisão. Estar aqui me oportunizou descobrir mais sobre mim mesma. Acredito que eu hoje me entenda mais do que antes, graças aos tantos momentos de reflexão. Identifico melhor meu comportamento e causas de muitas atitudes. Entendo muitas escolhas que fiz. Essa mudança permitiu que eu soubesse quem realmente deveria estar na minha vida e quem é dispensável. Hoje eu sei que sobrevivo, sim, sozinha e solitária, e sou mais forte do que jamais fui. E por incrível que pareça? Eu me sinto em casa em São Paulo.

Menos de um ano depois de vir morar aqui, eu ainda adoro ir para Porto Alegre e andar pelas ruas lá. As ruas que tanto amo e conheço. Amo visitar os poucos amigos que merecem esse nome, procurar os restaurantes com sabor de saudade e afeto, ficar na casa que foi minha por mais de 10 anos e enchem meu coração de lembranças. E amo ainda mais voltar pro meu canto. Me realizo ao caminhar pelas ruas do bairro em que moro aqui. Adoro percorrer o trajeto de casa ao trabalho. Apesar de todas as dificuldades, eu hoje me sinto bem na cidade que me acolheu. Apesar de não ter deixado para trás o que me incomodava, eu hoje me sinto mais pronta para enfrentar as intempéries desses dias feios. Mesmo com as cicatrizes que não apagaram, é essa cidade que me faz ver que sempre existem coisas novas para aprender, e que há sim, algumas poucas e boas pessoas dispostas a nos ensinar.

Eu poderia ter ficado com o limão. Ou feito uma limonada. No final das contas, descobri que o que fiz foi assar uma deliciosa torta. O resultado foi mais trabalhoso, mas muito melhor.

domingo, maio 31, 2015

O instigante

Então você percebe. Já faz tempo, não poderia mais bater no coração. E ainda bate. Não deveria mais causar nenhum tipo de sentimento. E ainda causa. Não há explicação lógica. Não há razão. Há apenas um sentimento que aparece ali, volta e meia e faz você perceber o que existe. 
E não tem nenhum motivo lógico não. Não foi a mais linda "história de amor". Aliás, nem foi uma história de amor. Não foi um romance incomparável. Não foi o caso que levou você a lua ou fez você sonhar. Foi apenas ele. O jeito dele. As palavras dele. A bagunça dele. E ele mexeu com algo que você ainda não entende.... E que talvez nunca consiga entender. 

sábado, maio 23, 2015

E então você é sumariamente excluído da vida de alguém que foi importante é que falou com você no dia anterior. "Não dê importância para isso. O motivo não é voce". A justificativa, que parece piada, machuca fundo e é dita com naturalidade.
Se o motivo não é você, qual será? Depois de uma certa idade, não há nada que justifique não manter relações cordiais com pessoas que já passaram pela vida da gente. Não há justificativa para não se manter um mínimo de educação e polidez. Não há razão para não dizer verdades ao invés de fugir. Depois de uma idade, passado faz parte da vida, ensinou a ser quem somos, sejamos melhores ou piores. Então, sempre saberemos que o motivo somos nós, sim. E podemos até não dar importância para certas coisas.... Mas apenas depois de digeri-las e de deixar a mágoa ser elaborada.

quarta-feira, maio 20, 2015

A boazinha

Naquele dia eu senti meu coração disparado. Depois de tantas conversas, tantas perguntas. Tantas insônias com trocas de ideias, eu descobri quem tu era. E me encantei com essa descoberta. Me encantei com a inteligência, com a perspicácia, com a leitura de mim. Me encantei com a gentileza, com a doçura, com a tristeza no fundo dos olhos. Me encantei com o desencanto. Me encantei com uma noite. 
Por um tempo achei que poderia ser mútuo. Por bem pouco tempo achei que poderia ser mútuo. Eu desejei, sabendo que não. Então eu te ouvi me dizer que precisava de carinho. Que tudo o que precisava era carinho. E carinho não é paixão. Não é amor. É apenas amizade. Foi isso o que construímos. Uma bela amizade. Eu estou aqui para ti. Tu esta aqui para mim. Nos ajudamos. Nos queremos bem. Sorrimos e lastimamos juntos. Apenas.
E as vezes, bem raramente, quando tu me olha no fundo dos olhos, me dizendo que pensava se te apaixonaria por mim, eu ainda penso que queeria muito que tivesse acontecido. Se tivesse te apaixonado por mim, teria me feito um pouco mais felizes meus dias...

quarta-feira, fevereiro 18, 2015

Atitudes que surpreendem, assustam, impressionam. Atitudes que encantam ou decepcionam. Atitudes que ganham, que perdem. Atitudes que nós fazem admirar, e que simplesmente nos afastam. 
Atitudes. Tenha sempre. Já que palavras, por mais lindas que sejam seduzem, mas não valem quase nada.

domingo, fevereiro 15, 2015

Carnaval. Enquanto um pouco de mim quer te abraçar, ainda, percebo quão longe estou disso. Percebo quão pouco olhei pra mim recentemente. Percebo o quanto me distanciei do que realmente preciso. Não preciso de ti. Preciso do que poucos momentos contigo me deram. 
Talvez isso eu possa encontrar em outros cantos, outros sorrisos, outros abraços. Carnaval. Talvez tantos dias focada em mim fosse só o necessário. Talvez voltar a me sentir especial fosse o caminho.

sábado, fevereiro 07, 2015

Se eu olho a vida de maneira torta. Me mostre uma linha reta.
Se eu me apego a pequenas coisas. Me mostre o mundo gigante.
Se eu pareço saturada. Me entregue um pouco de calma.
Se eu perdi a cor do sorriso. Me deixe colorida com tuas palavras.
Se eu estou ríspida. Me de um sorriso largo.
Se eu me esqueço de quem sou. Me conte o que viu um dia em mim.
Se eu pareço insatisfeita. Me complete de ti.
Se eu penso negativo. Me abrace. Só me abrace.
Poucos são os abraços que me trazem de volta. Um é o teu, que me faz falta.
E então você esta ali. Ele ao seu lado. A energia é sensível. Vocês quase se tocam. Por horas se falam, olham, se comunicam. Vocês quase se tocam. Ninguém percebe. Só vocês conhecessem os sinais.. Ele está ali. Você o ama. Ele te ama. Você acaba de notar que são amores muito diferentes.
O momento entre vocês acaba.ele te abraça e vai embora. Apenas vai.
Acabou. E toda a magia também. A ideia de um amor quase perfeito se vai com ele.

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

How come no-one told me
All throughout history
The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth
The ones who made a difference
By withstanding the indifference
I guess it's up to me now
Should I take that risk or just smile?

What do you know
It happened again
What do you know


(Trecho de Misread)

sexta-feira, janeiro 30, 2015

Tempo, tempo, tempo

Tempo. Uma palavra tão curta. Tão poderosa. Tempo cura dores. Saudades. Mágoas. Tempo aumenta alegrias. Reduz tristezas. Reaproxima pessoas. Ou as afasta. Tempo confirma amizades. Possibilita encontrar coisas perdidas. Descobrir que grandes amores não foram tão grandes. Ou que bons amigos eram, na verdade, um profundo amor. 
Quando eu permiti, o tempo transformou a semente que plantei em fruta. E essa fruta em nova semente. Adoçou naturalmente o amargo, ou amargou sutilmente a vida.
Esteve em mim entender a sutileza do tempo. Ou o atropelar. Dependeu do meu jeito, apenas. E da segurança com que tratei cada momento. Porém, ele, o tempo, segue quase sempre mais sábio do que eu. E é a noite, no meu travesseiro, que gosto de ouvir seu sussurro, sempre baixinho, em meu ouvido: me deixe passar que me entenderá. 
E tenho, finalmente, entendido o que isso quer dizer. Preciso apenas do meu tempo para fazer cada coisa da maneira correta. E tudo toma seu curso.

quarta-feira, janeiro 28, 2015

E quando as coisas não são questionadas. São decididas.
E quando as situações não são combinadas. Apenas unilaterais.
E quando as pessoas já não se preocupam. Apenas fazem.
E quando percebemos o tanto de infelicidade e solidão que há dentro de alguém. E o quão impossível é ao olhar alheio perceber isso.

terça-feira, janeiro 27, 2015

No teclado da vida.
Podr
Poderia ser podre. 
Poderia ser pode.
Na lógica podre. 
Colocou o ponto no pode.
Na realidade podre.
Disse adeus ao pode.
E resta racionalizar.
Onde há amor,
tudo pode.
Onde só intenções, 
se está podre.

Poderia

E então tu virou minha vida de pernas pro ar. E aquilo que estava indo bem, organizado, centrado e em ordem simplesmente saiu do eixo.
E então, tu me virou do avesso. E aquilo que em mim já parecia tão mais claro, tão mais lógico, tão mais racional, voltou a ser confuso e turvo.
E então tu me disse eu te amo. Mas esse é um amor que eu não quero. Um amor que me rende, que me confunde que me bagunça inteira.
E então, no meio de tanta bagunça, de tanta coisa me tirando do prumo, eu começo a me dar conta que se for desse jeito já não tem como dar certo.
O que eu preciso é de uma mão me puxando pra fora disso tudo. Uma mão afirmado, sim, mas mais do que isso, me guiando em ritmo preciso.
Necessito de palavras que combinem com as ações. Preciso de ações que reflitam os gestos do dia seguinte. Desejo que o teu "eu te amo" não me deixe solta. Preciso que entendas que teu colo, teu abraço, tua presença, mesmo que apenas por um momento, representam o mundo.
O resto, pode ficar pra trás. O resto, há esse resto sim, pode ser um monte de promessas tolas.

domingo, janeiro 18, 2015

A carta que nunca vou te enviar

Eu queria te dizer tantas coisas. Fazer tantas perguntas. A questão é que não terei mais chance. Não terei tempo. Não terei um encontro. Eu não tenho motivo pra te procurar mais. E nem tu vai me procurar. Então, fico olhando esse pedaço de papel e pensando em te escrever. Mesmo sabendo que nunca te enviarei essa carta.
Eu queria te dizer que ele me faz sorrir. Não rir como tu me fez tantas vezes, com as brincadeiras que fazia, mas sorrir. E isso já me basta, pois aos poucos me fará te esquecer. Ele não me deixa arrepiada ao me tocar, mas me toca com carinho e vontade. E isso já me basta, pois me deixa concentrada em um desejo que não é o teu. Ele não me deixa sem saber como agir. E isso já me basta, pois não vivo em guerra de nervos comigo mesma.
Eu queria te dizer tantas coisas. Queria contar que em algumas noites ainda penso em ti. Me dá saudades das tuas mãos, do teu corpo. Dá uma vontade louca de ouvir tua voz, e olhar teu sorriso. Eu queria te dizer que não entendo o que tu viu nela, que não sei o que ela fez pra te tirar do prumo desse jeito. Queria dizer que tenho inveja dos recadinhos que vocês trocam e do carinho que não é meu. Queria contar que por mais que ele cuide de mim, mais do que tu jamais cuidou, eu sinto tua falta e queria estar no lugar dela, sendo idolatrada por ti. Queria que soubesses que por mais que eu tenha certeza de que o que estás vivendo é tão fogo de palha como nós fomos, eu viveria esse incêndio de novo.
Queria te dizer, mas não posso. Queria te contar, mas não vou. E enquanto penso em tudo isso, enquanto me reviro na cama sonhando com o que não volta, peço que tua felicidade pare de me agredir. E a minha felicidade chegue, finalmente. E escrevo uma carta que nunca vou te enviar.

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Aquilo que nem começou

A camiseta dele estava colada no corpo. A mesa lotada de papéis depois da reunião, ali, completamente bagunçada. Ela estava sentada na cadeira, sentindo o abraço dele e pensando no que acabaram de fazer. Nao podia, mas tinha acontecido novamente.

Não conseguia acreditar que tinham repetido a dose, tinham sido loucos novamente. Parecia que virara habito entre os dois. Esses encontros furtados, essa troca rápida, esses beijos apaixonados no escritório. Só que isso não era o que ela queria. Isso era apenas o que servia, o que tinha, o que ele oferecia. Ela queria que ele fosse dela, ela queria a alma. E tentava roubar pedacinhos a cada encontro, a cada pequeno contato físico. 

O que doía é que ela sabia que jamais teria mais dele. Fingia que não, se declarava, ouvia as palavras doces dele como se acreditasse. Até aceitava a aventura, mas no fundo ela sabia que tudo terminava exatamente onde começava: em uma relação tão rápida quanto uma onda do mar. Ela sabia que nada sairia daquele momento para alguma construção futura. E começava a a criar seu caminhos de volta.

Se...

Se te vejo e já não mais te desejo.
Se te beijo e já não mais me conecto.
Se te espero e já não mais te explico.
Se te sinto e já não mais arrepio.
Se sou tua e já nem mais me lembro. 
Acabou. E um de nós não sabe.

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Te Baguncei

Eu queria te bagunçar, sim. Mas a bagunça que eu buscava envolvia só cabelos desgrenhados, roupas amassadas, lençóis pelo chão. Queria, talvez, uma bagunça no seu escritório, tipo aquelas cenas de filme, em que a mulher chega de surpresa, tira as coisas de cima da mesa para ela poder deitar. Era essa bagunça que eu queria e não a que eu causei.
Desculpa pelo amor sem medidas que você me deu. Eu não tinha a quantia necessária para retribuir de forma justa, mas achei que conseguiria alcançar algo semelhante um dia. Por isso deixei acontecer. O que eu não percebi é que, quanto mais eu permitia, menos eu sentia. No fim, não era amor… É que você me fazia um bem danado pra eu abrir mão tão fácil.
Desculpa o meu egoísmo filho da puta. Acredite, eu me odeio por saber que te baguncei nesse tanto. Eu te vejo sem saber o que fazer agora, já que joguei todos os nossos planos fora. Eu os quis, sabe? De verdade. Eu queria ter ido conhecer sua família em Minas Gerais nas últimas férias. Queria ter adotado um cachorro vira-lata. Mas, o que seriam deles hoje? Seriam mais corações partidos (por mim).
Aguentar o peso do seu coração nas minhas mãos não é fácil. Eu queria que você voltasse a sorrir como antes. E quero muito que você não tenha medo de amar assim de novo. Ame! Eu é que sou o problema – por mais clichê que isso possa parecer. Você ama bem. Ama de verdade e isso é tão raro hoje em dia. Eu sou prova disso… Você deu azar ao me escolher.
Se eu pudesse, voltaria no tempo. Passaria reto por você naquele bar. Não tomaria a cerveja que você me ofereceu. Não teria te passado o meu número nem teria aceito o seu convite para a semana seguinte. Não teria deixado você se apaixonar por mim. Não teria te machucado. Não teria sido eu.
(Por Leca Lichacovski)
Se as pessoas amassem e aceitassem com a mesma capacidade com que odeiam e são intolerantes... Ah! Quão bom e delicado seria este mundo em que vivemos.

terça-feira, janeiro 06, 2015

Eu não quero mais:
Amar quem não me ama.
Desejar em vão.
Esperar a toa.
Trabalhar mais do que o necessário.
Trabalhar sem amor.
Ter trabalho do qual não me orgulho.
Desperdiçar meu tempo.
Ver mais seriados do que ler livros.
Me sentir traída.
Falar mais do que ouvir.
Comer demais.
Comer com culpa.
Deixar de comer por medo de engordar.
Cozinhar sozinha.
Escolher errado.
Desperdiçar sentimentos.
Desperdiçar vida.
Sentir culpas.
Amar sozinha.
Me apaixonar errado.
Repetir erros.

domingo, janeiro 04, 2015

Quem sabe eu faça...

Eu tenho um desejo. Um desejo simples pra tantos. Tão difícil pra mim. Quero captar a alma de pessoas. A imortalidade de momentos. A especialidade de situações. Quero saber fazer fotos. E não consigo. 
Eu tenho um desejo. Um desejo simples pra tantos. Tão difícil pra mim. Quero entender de cor. Quero captar a luz. Quero perceber aquele único momento em que o mais simples se transforma no mais especial. Quero saber fazer fotos. E não consigo. 
Eu tenho um desejo. E fico fazendo fotos de tudo o que me inspira. De tudo o que amo. De tudo o que me dói. Faço fotos da vida. E mesmo assim, não vejo a vida nas minhas fotos. Talvez um dia eu aprenda, entenda, compreenda. Talvez um dia eu consiga. Talvez um dia, eu faça fotos. Fotos com alma.

A bela e o burro - de Tati Bernardi

"Ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.
Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como você, um homem de 32 anos, planejar ir a uma matinê brega com gente sem assunto no próximo domingo e, ainda assim, não deixar de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.
Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que eu baixei a música do “Midnight Cowboy” e umas boas do Talking Heads, Vinícius de Morais e do Smiths porque achei divertido te fazer uma massa ouvindo algumas músicas que dão vontade de viver. Uma massa que você não vai comer porque está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar na casa dessa pessoa e tomar suco de manga lendo notícias malucas no jornal como o cara que acha que é vampiro. Tudo sem vírgula mesmo e, nem por isso, desequilibrado ou antes da hora.
Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas “quem gostar de mim não serve pra mim”.
E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia do Espelho e com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.
E você me olha com essa carinha banal de “me espera só mais um pouquinho”. Querendo me 
congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.
Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua 
felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto. Bastante assunto.
Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba. Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.
Também sou convidada para essas festinhas com gente “wanna be” que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado."

(Mudam os nomes, as idades, as situações e as pessoas. Mas muita coisa não muda. Um texto que fala por si.)

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...