A camiseta dele estava colada no corpo. A mesa lotada de papéis depois da reunião, ali, completamente bagunçada. Ela estava sentada na cadeira, sentindo o abraço dele e pensando no que acabaram de fazer. Nao podia, mas tinha acontecido novamente.
Não conseguia acreditar que tinham repetido a dose, tinham sido loucos novamente. Parecia que virara habito entre os dois. Esses encontros furtados, essa troca rápida, esses beijos apaixonados no escritório. Só que isso não era o que ela queria. Isso era apenas o que servia, o que tinha, o que ele oferecia. Ela queria que ele fosse dela, ela queria a alma. E tentava roubar pedacinhos a cada encontro, a cada pequeno contato físico.
O que doía é que ela sabia que jamais teria mais dele. Fingia que não, se declarava, ouvia as palavras doces dele como se acreditasse. Até aceitava a aventura, mas no fundo ela sabia que tudo terminava exatamente onde começava: em uma relação tão rápida quanto uma onda do mar. Ela sabia que nada sairia daquele momento para alguma construção futura. E começava a a criar seu caminhos de volta.