Há um tempo em que não temos descrença. Não precisamos de fé. Não precisamos de força. Fazemos o quisermos.
Há um tempo em que paixão nos alimenta. Suspiros nos lavam a alma. Sonhos nos satisfazem.
Há um outro tempo, em que a realidade chega. E finalmente percebemos que temos limites. Que bater em paredes dói. Que não é possível amar sozinho. Nesse tempo, nossas frustrações tomam proporções assustadoras. Nossos medos assombram. Nosso sono vai embora. Nesse tempo descobrimos que a fome é mais amiga da felicidade. E a depressão chega mais facilmente nos tristes. Nesse tempo, entendemos que amor não mata. Mas pode, sim, fazer pessoas trilharem caminhos escuros. Nesse tempo, sentimos saudades.