terça-feira, novembro 18, 2014

Ela teclou adeus

Há quase dois anos atrás eles se conheceram. Na época, eles tinham o mesmo número de amigos no facebook. Na vida real ela nunca soube. Ele era conhecido. Ela era bem relacionada. Eles moravam em cidades diferentes e só se viram pessoalmente um ano depois. Ele ainda mais conhecido. Ela a mesma pessoa bem relacionada. Ao vivo, ele era mais incrível, envolvente, apaixonante.
E ela se apaixonou. Ela não podia, mas se apaixonou. O tempo passou e eles continuavam se falando, se relacionando daquele modo capenga, a distância. Ela se mudou. Agora, moravam na mesma cidade. Ele tinha 3 vezes o número de amigos dela no facebook. Um incontável número de seguidores no Twitter. Conhecia todo mundo na cidade em que moravam. Ela era uma forasteira, que deixou seu bom relacionamento na cidade que já não era mais dela. Uma pessoa que tentava se firmar em um lugar novo. E talvez não tivesse nada, além dela mesma, para dar para ele. Ela sabia que isso era muito. Ela era incrível e talvez só ele não soubesse disso. Não visse o quão especial ela era e o quanto gostava dele. Era sempre carinhoso, afetuoso, dizia o que sentia, mas sempre criava uma barreira entre os dois. Sempre distanciava a intimidade.
Depois de alguns desencontros. De alguns encontros. De algumas tentativas, ela cansou daquele jogo. Resolveu que assim não queria mais. Mas ela não desistia antes de tentar tudo. Então, se declarou para ele. Sabia que nada daquilo era exatamente uma novidade, apenas queria ter certeza de que ele sabia o quanto era especial para ela. Escreveu, falou, se expôs. Jogou todas as cartas na mesa. Perdeu.
Ele passou a ignora-la. Não respondeu. Decidiu nem mesmo dizer que não queria continuar. Apenas optou por não falar mais com ela, como covardes fazem. A partir desse dia, era como se os "eu gosto" fossem todos da boca pra fora. Como se os "sinto saudades" fossem todos vazio. Como se os "já passamos dessa fase" e "vamos dar um jeito" existissem apenas para ocupar silêncios. Ela não mereceu nada.
Na primeira noite em que se sentiu ignorada e percebeu que perdeu, ela chorou. Na segunda também. Na terceira noite, ela entendeu. Precisava se permitir novamente. E havia oportunidade, havia chance. Doeria, afinal sentimentos não vem com botão de liga e desliga, mas ele seria deletado do pensamento dela. Mais cedo ou mais tarde, ela sentiria tanta indiferença quanto ele. No dia seguinte, doeria menos, e menos, e menos. E em uma cidade em que se é uma estranha, ela teria isso a seu favor.
Agora era questão de esperar. Na vida, tudo é uma questão de tempo.

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...