sexta-feira, julho 08, 2011

Todo o amor que houver nessa vida

Existe um tipo de sentimento que é todo demais. Intenso demais, profundo demais, arrebatador demais. Paixões (ou amores) que são como um vulcão entrando em erupção. Explodem e envolvem com suas labaredas e lavas tudo o que está ao redor. São quentes. Envolventes. Marcantes. E tem lindas imagens.

Mas também queimam. Profundamente. E deixam cinzas e marcas por onde passam. Cinzas daquelas que todos veem. E cinzas invisíveis. Pequenas fuligens voadoras, que corroem a fuselagem do dia-à-dia. E que depois de tanta intensidasde, deixam um rastro de nada. Para cada um dos envolvidos.

Eu não quero isso para mim. Não quero essa intensidade que acaba de uma hora pra outra, sem explicações, nem lógica. Nem esse gostar que não serena nunca. Não quero a inquietude de não saber como sentir. Ou o medo constante de perder.

Eu quero “a sorte de um amor tranquilo”. Que desperte a paixão, sem derrubar. Que dê frio na barriga, sem matar. Eu quero sentir o perfume, lembrar da voz, visualizar os traços, perceber o gosto. Quero aproveitar os momentos juntos, sentir a ausência. Eu quero o equilíbrio entre o arroubo e a calma... E saberr aproveitar cada momento, como só ele pode ser.


Cazuza

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós dois, na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia...
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno anti-monotonia...

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio
O mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria...

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E algum veneno anti-monotonia...

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