sexta-feira, julho 29, 2011

Relendo...

Há alguns anos atrás, por uma indicação (e curiosidade, confesso) peguei um livor de Rubem Fonseca pela primeira vez: Diário de um Fescenino.
Agora, muito tempo depois, releio. E como em um filme, os detalhes que escaparam em um primeiro momento são impressionantes. Mas de forma diferente, na leitura, a imaginação corre solta, a reconstrução do livro é feita de uma maneira incrível. Especialmente por que as cenas do fescenino puderam ser amadurecida pelo passar do tempo.
Recomendo, para quem já leu, esta sensação. E o livro, que é uma boa leitura.

'Decidi, neste primeiro dia do ano, escrever um diário. Não sei que razões me levaram a isso. Sempre me inte­ressei pelos diários dos outros, mas nunca pensei em es­crever um. Talvez depois de considerá-lo terminado -quando?, que dia? - eu o rasgue, como fiz com um romance epistolar, ou o deixe na gaveta, para, depois de morto, os outros - nem sei quem serão, pois não tenho herdeiros - resolverem o que fazer com ele. Ou, en­tão, pode ser que eu o publique.

"O bom diarista", disse Virginia Woolf, "é aquele que escreve para si apenas ou para uma posteridade tão distante que pode sem risco ouvir qualquer segredo e corretamente avaliar cada motivo. Para esse público não há necessidade de afetação ou restrição." Não me imporei restrições, porém sei que estarei sendo influen­ciado de várias maneiras, ao considerar a hipótese de ser lido pelos meus contemporâneos. Os autores de diá­rios, qualquer que seja sua natureza, íntima ou anedóti­ca, sempre escrevem para serem lidos, mesmo quando fingem que ele é secreto. 0 Samuel Pepys, que codifi­cou o seu diário, deixou pistas para ser decifrado.'

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