sábado, maio 10, 2014

Onde fica a confiança?

O ser humano é um bicho engraçado. Cá estou eu, pensando que as vezes faz falta alguém ligando para saber onde estou, ou que horas chego em casa. Então, no meio da semana, saio para um almoço, com um grupo de pessoas casadas. Homens e mulheres de idades variadas, com tempos diferentes de relacionamento. Qual não foi minha surpresa ao ouvir uma reclamação, unânime, na mesa sobre o excesso de controle dos respectivos cônjuges?
Então, claro, começo a pensar sobre qual a lógica de se entrar em uma relação (ou permanecer nela) se não para confiar? Como estar com alguém que controla e acompanha todos os nossos passos? Verifica nossos horários e lugares? Por favor! Nos dias de hoje, ninguém fica junto se não quiser. Ninguém casa, se não quiser. Ninguém deixa de separar, se não quiser, muito!
Controle estressa a relação. Controle cansa. Controle afasta. Além do mais, um casal não pode virar um só, çerto? Continuam sendo duas pessoas, que trocam e se identificam e querem compartilhar. Continuam sendo dois seres com vidas separadas e muito em comum, mas não um, correto? Caso contrário, não se tornariam desinteressantes? Monótonos?
E então cá estou eu, novamente, sentada e pensando que talvez não seja tão ruim assim não ter ninguém perguntando onde estou a essa hora da noite, ou quando vou chegar. Talvez essa tal liberdade, que as vezes pode até parecer demais, não seja assim tão ruim. Vai que ao invés de uma pergunta bonitinha, virasse um hábito perigoso? 
Porque honestamente? A fase do controle, na minha vida, já passou faz tempo. E mesmo sabendo que pra todo pé torto existe um chinelo velho.... Se for para ter alguém ao meu lado, que queira virar um gêmeo siamês, prefiro continuar assim, bem tranquila e descalça. 

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