quarta-feira, agosto 11, 2010

Haja o que houver

A morte não tem hora e nem pede passagem.

Duas ou três vezes por semana almoço em um restaurante familiar. Comidinha caseira bem feita. Atendimento familiar. O pai, a mãe e o filho. Todos gentis e sorridentes sempre. Extremamente atenciosos. O Sérgio, pai da família, ou "tiozinho" como o chamávamos, ficava no caixa, conhecia os frequentadores do restaurante pelos hábitos e lugares preferidos. Aparentemente magro, e sempre ativo no ambiente, indicando as mesas liberadas e nos atendendo muito bem. Contava novidades do neto e os planos que tinha para viajar mais para a praia. E fazia piada com a conta. Sempre!

Foi uma surpresa para todos nós, e um choque, quando soubemos da notícia do infarte do Sérgio.

Para mim, mais uma vez, uma morte abrupta e inesperada trazendo o pensamento ruim. Aquele medo de que ninguém está seguro. Estamos expostos e em constante risco de não concluirmos os nossos planos, de não fazer tudo o que poderíamos, da maneira desejada. Caiu uma pedra no meu estômago. E como pesa!

Sabe aquela sensação de deixar para trás oportunidades e chances? De desperdiçar momentos? De perder pessoas? Pessoas amadas. E dá um medo de não viver o tempo suficiente para resgatar tudo o que for possível. De fazer as coisas certas e corrigir as erradas. De faltar tempo para o hoje. Fica difícil realizar que nem tudo está sob meu controle. Difícil controlar a ansiedade. Mesmo sabendo que são sensações inconcretas, baseadas em ansiedade e um certo pânico.

Esse tipo de pensamento, que em junho pesou sobre mim, agora me lota a mente novamente. Um peso que preciso aprender a não sentir. Por que sem ele, é muito mais fácil conseguir viver cada dia de uma vez, pensar no que está pendente e tentar resolver as coisas com calma. Haja o que houver.

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