sábado, abril 19, 2014

Um sorriso de criança

Dia engraçado esse de hoje. Dia de tradições. De relembrar. De organizar a vida. De estar nostálgica.
Hoje fiz peixe, um pouco em homenagem a minha mãe. Muito em lembrança a minha avó, mãe dela. Arrumei a casa. Coloquei algumas coisas em ordem. Encerrei assuntos.
Tenho uma caixa de memórias. Uma caixa em que guardo meus assuntos encerrados. Hoje foi o dia de guardar algumas coisas ali. Aquelas que mando para o passado. Um passado que pode ser revisitado bem raramente, em dias de tradição. Dias como hoje.
Quando guardo algo novo na caixa, o velho e relembrado. Em geral com carinho. As vezes com saudade. Hoje, enquanto mexia na minha caixa de memórias, guardando algo que achava, nunca estaria preparada para guardar, encontrei algo que me trouxe suaves lembranças. Algo doce como um chocolate de Páscoa. Encontrei a saudade de uma menina que foi muito importante e amada por mim. Engraçado isso, hoje. Dia do aniversario do padrinho dela, um grande amigo.
A doce menina, filha de um namorado antigo, foi um presente que a vida me deu naquele momento. Deveria ter sido o pai. Mas foi a pequena quem mais me ensinou ali. Quem me humanizou. O namoro acabou. O amor por ele se foi. Mas o sorriso dela ficou para sempre gravado em mim. Aquela risada que dizia que eu "não era a namorada do papai, mas a amiga dela", se repete até hoje em minha memória afetiva.
Hoje, num dia em que faço valer a tradição. Num dia em que lá no passado, uma jovem F. já entendia que o pai, em certas datas, deveria estar com a família, não com a nova namorada, a coincidência me fez relembrar da pequena. Olhando a caixa de memórias, encontrei os resquícios daquele sorriso tão puro, que me ensinou coisas que eu jamais pensei aprenderia nessa vida. Aquele sorriso que me ajudou a ver um lado melhor de mim. Hoje, findando o que eu não esperava findar, eu me lembrei que há pureza onde menos esperamos. Há doçura onde sequer buscamos.
Minha pequena já nao e mais minha há muito tempo. E já virou uma moça, linda e forte. Já nao precisa de baba. Já não deve ser ingênua e delicada como foi um dia. Mas segue sendo a mais doce lembrança daquele tempo. Faz parte da minha tradição de memórias. E hoje, me ajudou a sorrir.

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