Um programa sem som passa na televisão. Um livro aberto repousa no sofá. Receitas e mais receitas estão abertas no Google. Acabei de enviar para meus pais, que estão no sítio, uma foto do peixe que fiz para o almoço. O segundo de quatro pratos que quero fazer ao longo do feriado. Isso me fez pensar sobre o que me leva a essa paixão por cozinhar. Onde começou esse gosto em ir para a cozinha? Em que momento passei a usar a desculpa do feriado santo para comprar peixes?
Lembro de estar no colégio, ainda bem pequena e já fazer bolo de chocolate com canela para minhas colegas. Lembro de entrar na faculdade e desvendar a cozinha dos meus pais quando eles não estavam. Lembro de fazer cursos rápidos com chefs famosos. Mas não lembro de nada que justifique essa paixão, essa curiosidade, esse encanto.
Minhas avós, alemoazonas típicas, eram cozinheiras de mãos cheias. Minha mãe, também, uma boa cozinheira. Mas não herdei o jeito de nenhuma delas cozinhar. Nao sei fazer feijão. Erro o ponto do ovo. Meu forte são pratos mais elaborados. Meus molhos de massas são caprichados. Meus risotos, especiais. Peixes e camarão, faço bem. Saladas, maravilhosas. Pratos com toque asiático, ficam uma delicia. Me distanciei, e muito do toque alemão da minha família. E de uns tempos para cá, descobri meu dom para deixar saborosos os alimentos saudáveis. Definitivamente, estou há anos luz dos hábitos alimentares das minhas avós. Especialmente nos feriados religiosos.
Sei que minha paixão, e curiosidade, estão arraigadas... Por isso, muito esporadicamente, me trazem esses questionamentos. Afinal, peixe, faço poucas vezes ao ano, em feriado santo. Não gosto do cheiro...
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