O Rio de Janeiro é como aquele banho de mar que limpa a alma e faz a gente se sentir novo. Basta o avião sobrevoar a Guanabara pra que eu sinta a mágica que essa cidade exerce sobre mim. Nem sei bem quando esse amor começou, talvez aos 12 anos, quando vi o Corcovado pela primeira vez com meus pais, quando vislumbrei aquele visual mágico do Pão de Açúcar, e disse que moraria em Ipanema. Talvez mais tarde, aos 21, quando fiz uma das minhas melhores amigas de vida, uma carioca linda, espontânea, sincera, que diz tudo que eu preciso ouvir, com simpatia ímpar.
O tempo passou, a cidade mudou, eu cresci. O amor continuou ali.
Quantos planos fiz com a cidade maravilhosa como pano de fundo? Planos de trabalho que acabaram não acontecendo. Namoradinhos que duraram menos do que deveriam, ou mais do que precisavam. Lembro da fase em que a cada dois meses eu estava ali, passando o final de semana. Tinha o barraqueiro que me conhecia. O ponto da Praia pra encontrar os amigos. O mesmo horário de caminhada do Chico. O carioca com cabelos que pareciam raios de sol e falava chiado no meu ouvido. O prato preferido no BG. Me sentia cariucha. Essa foi seguida pela fase em que minha melhor amiga tinha a chave do apartamento da irma, na Lagoa e logo depois pela em que começou a namorar um carioca. Ela então se mudou pro Rio. E a vida continuou acontecendo.
O rumo me levou por outros lados, outras praias, outras prioridades. Gente ciumenta ou com outros gostos me ajudaram a diminuir as idas. Curiosidade por outros lugares. Tempo. A realidade assola, as desculpas aparecem. A gente não percebe como banho de mar faz falta, ate mergulhar. Com o Rio é a mesma coisa. A gente não percebe a saudade da alma, até sobrevoar.
Foi o que aconteceu. Por algum motivo, hoje esqueci meu livro e cabo em casa. Estou no voo, indo pro Rio e relembrando pessoas e momentos que passei lá. Quando o avião começou a sobrevoar a cidade, foi tudo tão real de novo, que voltei no tempo. Fiquei tão tocada, que fui obrigada a sacar os óculos de sol. Como e bom ter boas saudades pra recordar. Ter pessoas que se ama e com quem se pode contar. E essas, dessa cidade linda, e que estão aqui, são sempre das melhores.
Me dei conta, hoje, que parei de ficar comovida a cada vez que pegava um taxi pro aeroporto. Acho que nunca mais chorei, de felicidade e emoção ao partir de um lugar, como chorava quando ia embora do Rio.
Entao, agora ao vir encher meu coração do amor mais puro que há, e renovar a energia na cidade que mais mexe comigo, eu entendo que mesmo não cumprindo a promessa que fiz aos 12 anos, preciso voltar a ter mais presente a energia desse lugar. Essa que me faz sentir tão eu mesma. E retomar a presença de pessoas que sempre me fizeram ser tão autêntica.
Rio, prepare-se. Em 2017 voltei pra ti.
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