sábado, abril 29, 2017

Rio, ah Rio

O Rio de Janeiro é como aquele banho de mar que limpa a alma e faz a gente se sentir novo. Basta o avião sobrevoar a Guanabara pra que eu sinta a mágica que essa cidade exerce sobre mim. Nem sei bem quando esse amor começou, talvez aos 12 anos, quando vi o Corcovado pela primeira vez com meus pais, quando vislumbrei aquele visual mágico do Pão de Açúcar, e disse que moraria em Ipanema. Talvez mais tarde, aos 21, quando fiz uma das minhas melhores amigas de vida, uma carioca linda, espontânea, sincera, que diz tudo que eu preciso ouvir, com simpatia ímpar.
O tempo passou, a cidade mudou, eu cresci. O amor continuou ali.
Quantos planos fiz com a cidade maravilhosa como pano de fundo? Planos de trabalho que acabaram não acontecendo. Namoradinhos que duraram menos do que deveriam, ou mais do que precisavam. Lembro da fase em que a cada dois meses eu estava ali, passando o final de semana. Tinha o barraqueiro que me conhecia. O ponto da Praia pra encontrar os amigos. O mesmo horário de caminhada do Chico. O carioca com cabelos que pareciam raios de sol e falava chiado no meu ouvido. O prato preferido no BG. Me sentia cariucha. Essa foi seguida pela fase em que minha melhor amiga tinha a chave do apartamento da irma, na Lagoa e logo depois pela em que começou a namorar um carioca. Ela então se mudou pro Rio. E a vida continuou acontecendo.
O rumo me levou por outros lados, outras praias, outras prioridades. Gente ciumenta ou com outros gostos me ajudaram a diminuir as idas. Curiosidade por outros lugares. Tempo. A realidade assola, as desculpas aparecem. A gente não percebe como banho de mar faz falta, ate mergulhar. Com o Rio é a mesma coisa. A gente não percebe a saudade da alma, até sobrevoar. 
Foi o que aconteceu. Por algum motivo, hoje esqueci meu livro e cabo em casa. Estou no voo, indo pro Rio e relembrando pessoas e momentos que passei lá. Quando o avião começou a sobrevoar a cidade, foi tudo tão real de novo, que voltei no tempo. Fiquei tão tocada, que fui obrigada a sacar os óculos de sol. Como e bom ter boas saudades pra recordar. Ter pessoas que se ama e com quem se pode contar. E essas, dessa cidade linda, e que estão aqui, são sempre das melhores.
Me dei conta, hoje, que parei de ficar comovida a cada vez que pegava um taxi pro aeroporto. Acho que nunca mais chorei, de felicidade e emoção ao partir de um lugar, como chorava quando ia embora do Rio. 
Entao, agora ao vir encher meu coração do amor mais puro que há, e renovar a energia na cidade que mais mexe comigo, eu entendo que mesmo não cumprindo a promessa que fiz aos 12 anos, preciso voltar a ter mais presente a energia desse lugar. Essa que me faz sentir tão eu mesma. E retomar a presença de pessoas que sempre me fizeram ser tão autêntica. 

Rio, prepare-se. Em 2017 voltei pra ti. 

sábado, abril 22, 2017

Tão tua.

Nesse momento tuas mãos deslizam em minha pele. Te ouço sussurrar algo que não consigo entender. Sinto o ar quente de tuas palavras em minha nuca, o arrepio que isso me causa. Meu corpo inteiro se tenciona em tuas mãos e em teu sussurro. Enquanto me pressionas contra a parede sei que não tenho para onde ir. Sou tua. Estou tua. Desabotoas minha blusa, levantas minha saia. Estou sem reação Entre tantas sensações.
Olho para a escada. Desejo que, por favor, me conduzas por ela, e isso não acontece. Continuas ali, aumentando a pressão do teu corpo contra o meu, apertando minhas coxas com as mãos fortes, causando arrepios com teus sussurros. Eu sei que estou perdida e então, finalmente, me beijas. Quando consigo respirar novamente, e pensar, pego tua mão e te puxo. Te encaminho pela escada, mais rápido do que posso, mais devagar do que gostaria. Não aguento mais, tenho pressa. preciso urgentemente de ti.

A única certeza que tenho é a de que chegarei ao inferno, e de lá, não quero mais sair.

quinta-feira, abril 20, 2017

A felicidade, aquela que nasce da ausência de esperança

Camus já dizia que "A felicidade nasce da ausência de esperança".  
Entao, infelicidade nasce da esperança. Quanto mais esperança mais frustração. Quanto mais se acredita em pequenas coisas  almejadas, mais elas se distanciam. Quanto mais se desenham bons acontecimentos, mais os imprevistos da vida surgem.
E é assim, entre atropelos, que as agruras da vida são maiores que os sorrisos, que a música faz lágrima escorrerem pelo rosto, que o brilho se apaga no olhar. 

É assim, que a infelicidade é gerada pela esperança daquilo que nunca acontece. 

segunda-feira, abril 10, 2017

Desejo

Penso em ti. Não por querer, desejar pensar, apenas por pensar. É quase sintomático. Meu corpo arde em uma febre que não se explica. 

Penso em ti. O sono vai embora, a respiração fica ofegante, o calor chega. O coração bate ritmado. 

Penso em ti, e nada ou ninguém mais. É como se fizéssemos música novamente. É como se estivesses me jogando contra a parede, me pressionando com teu corpo forte. É como se o mundo se perdesse e só houvéssemos nos. 


Penso em ti. Não por querer, desejar pensar, apenas por pensar. Penso em ti, por saber que preciso me livrar desse desejo que Ainda me consome.

sábado, abril 08, 2017

Silencio é ouro

Pq comunicar pode ser tão difícil quando deveria ser tão simples? As vezes tenho a impressão de que quanto mais gostamos das pessoas, mais complicado fica falar com elas. Mais nos expomos (e elas também). Menos filtramos o que estamos falando ou escrevendo. Mais à vontade nos sentimos. Mais acreditamos que o outro entende o que estamos (tentando) transmitindo. Só que isso, Entre pessoas com sensibilidades diferentes pode ser tão delicado!
Em um mundo de mensagens cada vez mais diretas e objetivas, acabamos atropelando a nós mesmo, acreditando que dissemos tudo, que nosso pensamento foi transmitido, que nossas palavras saíram como pensamos. Até perceber que não. Em um mundo com mensagens cada vez mais curtas, acreditamos ter recebido do outro mensagens que dizem algo e na verdade não significavam bem o que interpretamos.
A vida fica não dita. Ou se perde nas entrelinhas.

sábado, abril 01, 2017

Os tempos de amores líquidos

Desde o meu mais recente relacionamento (não sei se pode ser chamado assim) tenho pensado sobre o que acontece, afetivamente, com as pessoas nesses tempos de amores líquidos.
Eu gosto de conhecer os homens com quem saio. Gosto de me envolver. Tenho um lado romântica e apesar de independente e de ter temperamento forte, sou muito carinhosa (uma pessoa querida dizia que eu faço carinhos infinitos). Eu adoro cuidar (e ser cuidada, sim). Sem julgamento do mérito, não entendo bem essas relações de aplicativos. Não curto "one night stands". E muito menos tenho facilidade pra entender pq as pessoas passaram a ter tanto medo de conhecer o outro. Se você sai com uma pessoa várias vezes e vê algo que gosta nela, vale a pena se aprofundar. Em alguma oportunidade viu o lado ruim? Sim, faz parte, ninguém faz so o que gosta na vida. Um relacionamento casual com intimidade é sempre mais gostoso do que uma única noite vazia. Isso é como eu sinto, claro.
So que o que tenho visto, cada vez mais, são pessoas se preocupando muito mais em rotular (ou fugir dos rótulos) do que em permitirem se conhecer. Quando os relacionamentos ou envolvimentos atingem um nível em que é preciso olhar para o outro e se mostrar, até inconscientemente, um dos dois se boicota. Começa a ter atitudes imaturas. Começa a agir de maneira a causar insegurança ao outro, provocar a indiferença em si próprio, começa a afastar e se afastar. A relação pode ter intimidade emocional? Então um dos dois visivelmente sente medo. Fragilidade, falta de estrutura afetiva, ou simplesmente despreparo para coincidir discurso com atitude. A verdade é que é muito diferente dizer que "quer estar com alguém legal" do que agir para isso. Se vitimizar é mais fácil do que se empenhar.
Em tempos de amores líquidos, por mais que ambos os lados queiram ter uma companhia legal, raramente ambos os lados estão preparados para isso. Em tempos de amores líquidos, por mais que ambos os lados queiram se afastar da solidão, dificilmente os dois se permitem mostrar quem são. Em tempos de amores líquidos, por mais que ambos os lados discursem dizendo estarem cansados de superficialidade, um dos dois sempre preferirá a facilidade do aplicativo, ao risco de se expor verdadeiramente.
Em tempos de amores liquidos, lamento por tantas pessoas incríveis separadas, por medo, não por incompatibilidade.

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...