quarta-feira, março 29, 2017

Chega de Saudade

Ando tomada por uma tristeza infinita. Ouvindo Tom Jobim em looping,remoendo pensamentos.
Tristeza, essa, que não sei bem de onde vem. Assola-me a alma.
Sinto saudades de algo que o tempo não devolve. Saudades de alguém que nunca me pertenceu. Tenho lembranças das quais já nem me  lembro bem. Sinto gosto, cheiro,  e toque que preferia não sentir mais. Penso em noites que acabaram e ficaram pra trás. Lembro-me de momentos que não sei se foram longos ou curtos, apenas deixaram uma sensação que não se encerra.
Brigo comigo mesma para deixar de pensar, e tudo é em vão. Eu começo a entender, e quase sem questionar, que pele é meu pior vicio. E enquanto não conseguir me desligar dessa química que me consome, não conseguirei afastar a tristeza. Não conseguirei parar de ouvir, Tom, Caetano e Gil.

segunda-feira, março 27, 2017

Poderia ser brisa, não foi
Poderia ser sonho, não foi
Poderia ser dança, não foi
Poderia ser sorriso, não foi
Poderia ser amanhecer, não foi
Foi vendaval.
Foi esquecimento.
Foi paralisia
Foi lágima
Foi  ocaso.
Fomos nós dois, perdendo a leveza,  desentendo desejos, desacompanhando momentos.
Fomos nós dois, apenas nós dois, deixando de olhar o mais bonito, para olhar o triste.
Fomos nós dois, esquecendo o que pode ser único, para descobrir o trivial.
Fomos nós dois, jogando fora o que é raro para voltar ao vulgar.
Fomos nós dois, esquecendo que quando estávamos juntos apenas isso devia  importar.

domingo, março 26, 2017

Amor nos tempos de

Assisti mais uma vez "O Amor nos Tempos do Cólera" esse final de semana. O filme é lindo, e me faz refletir um pouco sobre algo que me consumiu recentemente: como perdemos tempo. Como deixamos oportunidades passarem. Como podemos anular uma vida, por não termos a atitude certa, no momento necessário.
Ao longo da vida, somos expostos a tantas situações e sentimentos, que vamos moldando nosso temperamento. Vamos nos construindo, com nossos egos, nosso orgulho, nossas crenças, nossas intempestividades. Decidimos o que queremos, ou não, pra nossa vida, quem podemos ou não permitir que seja alvo de nossa paixão, nosso afeto, nosso amor. Tudo rumando para escolhas muito racionais, na maioria das vezes.
À medida que amadurecemos, guardamos o irracional, o sentimento, o que assusta em pequenas caixinhas que vão sendo esquecidas. Trocamos intensidade por segurança. Paixão por passividade. Emoção por tranquilidade.
É assim passam os anos com tantos casais que se olham com ternura e amizade em uma vida onde vida a emoção, simplesmente, estacionou. É assim que pessoas criticam outras que buscam relações paralelas, quando no fundo pensam se teriam coragem. É assim que pessoas se acomodam, engordam, deixam de perseguir e realizar sonhos.
Talvez, intensidade demais assuste. Talvez uma vida com emoção não dê a segurança que muitos buscam. Talvez paixão não seja a chave para um relacionamento tranquilo. Ainda assim, se eu pudesse escolher, preferiria um amor apaixonado a um amor tranquilo. Eu escolheria borboletas no estômago a uma casa sempre calma demais. Eu escolheria jamais olhar pra trás pensando se é tarde demais pra viver, questionando se há arrependimentos para resgatar. Eu escolheria, como escolho, o risco do não, para ter a chance do sim. Pois a vida é uma, o tempo é um bem escasso demais, e os encontros especiais são muito raros.

terça-feira, março 21, 2017

De Volta Pra Casa


Escrever sempre foi um passatempo. Fazer diário, por muito tempo, foi parte da minha vida.
Quando ambos se encontraram, ao acaso, em um blog a coisa ficou mais divertida, e mais confusa. O que era algo tímido, e bem discreto, chegou a mais de 120 visualizações por dia, ali em um determinado momento de 2016. Nesse tempo, eu já quase não conseguia mais escrever poemas, textos sobre a personagem ficticia da camisa branca que tinha criado.
Eu apenas escrevia sobre mim. Algumas vezes realidade crua, e dura. Outras fatos com purpurina. Sempre sobre mim. As estatísticas do blog me assustaram. Parei. A falta que escrever me faz me assustou mais. Aqui, não reviso pontos e vírgulas, não confiro português, não penso se o causador de minhas as agruras estará lendo, ou se quem pode ter sofrido com elas poderá se sentir mal. Aqui, apenas solto teclas e pensamento. Sou dramática, sou dura, sou tensa, sou leve. Deixo a musica tocar, o vinho baixar e as palavras que me vem a mente rolarem, sem culpa e sem freio.
Aqui sou piegas ao extremo, como nunca consegui me sentir na vida real. E quem nunca foi que julgue.
Decidi recomeçar. Não sei em que ritmo. Não sei em que intensidade. Não sei com que exposição. Sei apenas, que voltei pra casa.
Bem vindos.

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...