terça-feira, abril 12, 2016

Heaven

Música tem um poder absoluto sobre mim. As vezes esqueço de como uma música me faz viajar por lugares que já foram guardados em uma caixinha fechada a chave. E de como optei por não ouvi-las, por não querer ter essas memórias revividas. Memória afetiva é fogo.
Estava aqui, absorta em pensamentos sobre alguém que ocupa meus dias e noites completamente. Um serzinho que me intriga é que me faz sorrir. Estava pensando em alguém que me faz feliz quando está comigo e que não me deixa infeliz quando está longe. Estava curtindo deliciosas e maliciosas lembranças. Estava leve, pensando em uma trilha adequada para essas lembranças.
O spotify estava rodando uma palylist que fiz com minhas musicas preferidas enquanto anoto os títulos para essa nova seleção especial. Quando faço isso, dificilmente deixo rolar até o final, pois vou passando as músicas, impaciente que sou, buscando a mais perfeita nova seleção. 
Perdida com a memória de cheiros, gostos, desejos e sons, a playlist que rolava no spotify foi rodando com músicas especiais que marcaram muitos bons momentos da minha vida. Até que começou a tocar Heaven/ follow true love. Um momento, uma estrofe. A sensação de leveza foi embora e as lembranças mais duras de um passado enterrado e doloroso me invadiram. Lembranças guardadas a chave. A gente pode esquecer um amor. Pode se curar de alguém. Mas não supera o sofrimento que alguém nos impôs. Não esquece a agressão verbal que alguém nos fez ouvir por crueldade. Não passa por cima da mágoa de saber que foi a válvula de escape das emoções e dores de uma pessoa. O tempo passa, certas cicatrizes ficam.
Uma música linda, infelizmente, pode se tornar uma arma poderosa. E fazer a mente voltar anos no tempo. Isso é uma tremenda injustiça.

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...