terça-feira, junho 24, 2014

E quando mais precisamos dormir. Mais precisamos ser abraçados pelo acalentador e calmante sono... A mente gira. A alma palpita. A vida insiste em nos lembrar tantos momentos difíceis. Tantas decisões complicadas. Tantos questionamentos. Nada permite que a paz de espírito se aproxime.
E a insônia? A insônia, tão habitual, olha de canto pensativa. Quase leio suas palavras que saem em voz muito baixa: o que te fez pensar que poderia ganhar esse jogo?

sexta-feira, junho 20, 2014

Eternamente responsável? Onde?

As vezes eu só queria poder rebobinar a fita. Fazer as coisas de um jeito diferente. Fazer escolhas diferentes. Talvez até deixar de fazer certas coisas.
Pelo menos não me entregar tanto. Não me expor tanto. Não acreditar tanto no que é tão logicamente falso.
Porque eu me fecho. Crio um muro. Afasto. E de repente lá vou eu. Eu me entrego. Me abro pra uma única pessoa. E vejo que fiz a mesma coisa de sempre. Uma escolha errada pelo mesmo motivo errado. Não perceber o que já devia saber há tempo: Desde quando inteligência intelectual quer dizer inteligência emocional? Desde quando o fato de a pessoa ter todo os argumentos que eu adoro, vai fazer com que ela aja como uma pessoa correta? Seja legal?
Por que ser legal está muito distante de ser inteligente. Ser legal está vinculado a respeitar o outro. A lembrar que o meu limite termina onde começa o de outra pessoa. Ser legal está ligado a cuidar para não machucar. A jogar limpo. A não prometer, e não falar, aquilo que não vai cumprir. Ser legal é não dizer que não vai jogar, quando vai. É encerrar os assuntos de forma clara, sem se esconder. É não enrolar. É não dizer o que não sente. Não mentir, nem se esconder atrás de desculpas.
Certamente a responsabilidade é minha, não do outro. Isso eu sei também. Quem faz a escolha sou eu. Quem se deixa levar pela dualidade, sou eu. E quem ainda não conseguiu aprender com os próprios erros, também sou eu. Talvez eu apenas devesse ter lido mais o pequeno príncipe quando menina. Quem sabe soubesse cobrar mais o comportamento da famosa frase: "somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos"? Ou simplesmente soubesse identificar mais rápido quem não o faz.

segunda-feira, junho 16, 2014

O cobertor amarelo

Aquelas palavras. E por mais que ela soubesse que não eram verdadeiras. E por mais que soubesse que não poderiam ser. Ela se apegou a elas. Ficava ouvindo enquanto ele dizia baixinho em seu ouvido aquilo que era tão surpreendente. Tão novo, de novo. E pensava onde estava, para algo assim acontecer com ela. Pensava como, de repente se sentia tão aberta novamente, tão entregue.
Ela ficava tentando entender como isso tirou seu chão daquele jeito. Um sussurro em seu ouvido teria esse poder? Ou foi o que dizia aquele sussurro? A sequência deles? Ou o modo como ele olhava para ela? As mãos másculas dele, talvez? Supôs que tenha sido a mistura disso tudo. Ou como ele disse para ela, lá em algum momento, foi um certo feitiço. Porque as coisas não aconteciam assim com ela. Ela não se entregava tão arrebatadamente.Ela ainda se fazia de durona. Até acreditava que era. Quase sempre. E dependendo com quem, sempre.
Mas não sabia explicar, com ele tudo foi diferente. Maktub. Era ele que quebraria o muro invisível que ela construiu. Ele tinha aquele jeito. Aquelas frases que ela deveria saber, eram prontas... Mas parecia não saber. O jeito tão óbvio dele... E que ela parecia ignorar.
Ela pensava se não seria mais lógico e fácil ele dizer, com o mesmo jeitinho, que já não dava mais. Que não tinha nenhum sentido. Não se veriam mais mesmo. Porque se ela racionalizasse não tinha sentido. Seria tão mais fácil assim, se ele se posicionasse, ao invés de ficar com aquelas raras palavras doces. Mas ele preferia aquele jogo de silêncio do que uma posição. Quase não falando nada, e ela levando assim. Porque quando ele falava... Bem, quando falava trazia aquela explosão ao mundo dela. Uma gargalhada que fazia qualquer silêncio ser esquecido, e ela perder todas as certezas. Ou ter apenas a certeza de que arrumaria o espaço que fosse no tempo que fosse do jeito que fosse, o encontro valeria. O momento seria resgatado. Porque ela sabia que não encontraria aquilo em qualquer esquina.
E aí ela volta pra lá, para um universo particular de cheiros e gostos e lembranças, enroscada naquele cobertor amarelo, só tentando entender em que dia, em que momento, ou como ele apertou aquele botão. Um botão que ela não conseguiu mais achar para desligar. Não poderia ter sido apenas sussurrando meia dúzia de frases no ouvido dela ou beijando a boca dela daquele jeito. Ou poderia?

domingo, junho 15, 2014

E faço o que com o desejo
Do teu beijo
Do teu cheiro
Da tua mão no meu cabelo?

E faço o que com a vontade
Do teu amasso
Do teu cansaço
Do carinho pro teu dormir?

E faço o que com a saudade
Do teu corpo
Do teu olho
Do teu sussurro em meu ouvido?

E faço o que com essa certeza
Do não sou eu
Do acabou
Do foi bom apenas o que passou?

sábado, junho 07, 2014

(Retirado do blog The Bro Code - de Ique Carvalho)

Hoje um cara perguntou:
“Ique, estou saindo com uma garota. 
Não sei se quero me envolver agora.
Ao mesmo tempo, acho que vou me arrepender né?”

Ela é aquela garota,
que passa blush com o dedo e,
no último segundo,
improvisa um penteado no cabelo
Pra agradar você
e o mundo inteiro.
Ela é aquela garota,
que espera uma mensagem de madrugada.
Acorda, apaixonada.
Sai por aí,
com a cabeça cheia de dúvidas
dizendo:
“Não vou ligar. Vou, não vou.”
Mas aí, vê uma foto sua.
Sente o seu perfume.
Não aguenta,
impulsiva, liga.
Escuta pela 94.393 vez:
“Não é você…”
Se sente sozinha.
Sai pra beber, esquecer,
e quem ela encontra?
Você,
com outra mulher.
Ela disfarça.
Não sabe se sente traída,
ou perdida.
Oh, menina,
não chore por aquilo,
que não oferece nada,
além de um coração partido.
Ela é aquela garota,
que tem um ex-namorado,
que não queria ter conhecido.
Foi enganada, traída.
E ainda tem que escutar,
que isso é coisa da “sociedade.”
Não.
Isso é estupidez e falsidade.
Ela é aquela garota,
que sonhou e,
de repente,
tudo acabou.
Ela não pediu o mundo.
Apenas, duas xícaras de conteúdo.
Ela é aquela garota,
que tem um cachorro.
Que virou seu melhor amigo.
Um amigo que não pede por “benefícios”
Apenas, carinho.
Um ombro pertinho,
pra servir de abrigo,
naquela tarde fria de domingo.
Um abraço,
pra descansar um coração cansado.
Ela é aquela garota,
que passa horas se arrumando
e pergunta para a amiga:
“Meu O.B tá vazando?”
Que leva um par de havaianas
para o final da festa.
Descer do salto, alivia.
Sorria menina.
Você continua linda.
Ela é aquela garota,
movida a imaginação.
Muda a cor do cabelo,
a cada estação.
Que vai dormir com um punhado de livros.
Abraça o travesseiro e,
sonha, com um amor verdadeiro.
Que vicia em uma música,
canta no chuveiro,
e o resto do dia inteiro.
Ela é aquela garota,
Bela, Isabella.
Que senta na janela e,
pede para aquela estrela,
realizar o sonho dela.
Ela é aquela garota,
que sai de cabelo molhado.
Entra no carro,
com aquele cheirinho de banho tomado.
Ela é aquela garota,
que por trás dessa atração,
ali reside um coração.
Que não tem receio,
de ser, do seu jeito.
Sem medo,
intensa,
e cheia de segredos.
Ela é aquela garota,
que é tudo,
sem precisar dizer nada.
Sim, aquela garota,
que foi sua, um dia.
Mas hoje,
é poesia.

Leminski

Eu tão isósceles
Você ângulo
Hipóteses
Sobre o meu tesão
Teses sínteses
Antíteses
Vê bem onde pises
Pode ser meu coração

sexta-feira, junho 06, 2014

E possível estar cercado de pessoas, e estar só. E possível estar sorrindo, e estar triste. E possível estar falando sobre mil assuntos, se sentindo vazio.
A vida e a eterna arte de saber agir, saber mostrar, saber induzir. Nem sempre estamos bem, mas não devemos transparecer como realmente estamos. Nem sempre estamos seguros, mas por que deixar isso tão claro?
Talvez, por que as vezes seja mais forte que nós e nossa força de vontade. Talvez por que as vezes, só as vezes, estejamos cansados do faz de conta. Talvez por que as vez seja hora de dar um basta.
Chega, cansei. Não quero estar assim longe, quero estar contigo amanhã, pode ser?
Chega cansei, estou apaixonado e quero lutar por isso, ta difícil de entender?
Chega, cansei, estou aqui sozinho por que os outros não são você, qual a dificuldade pra captar isso?
Em algum momento da vida, ser honesto consigo mesmo, e com os outros, deveria valer mais do que críticas, punições e castigos. Mas nós somos seres muito complicados. Ainda gostamos mais de quem joga, complica e dificulta, do que de quem é honesto e sincero. Do que de quem vem de coração aberto e se entrega.
Mais uma grande derrota para o ser humano. Parabéns.

quarta-feira, junho 04, 2014

A difícil arte de ser 1+1

Dúvidas. Jogos. Incertezas. Por que relações entre pessoas adultas tendem a ser tão complicadas? Por que em um momento há entrega, no outro distância, indiferença?
Seria tão fácil se pudéssemos nos despir de nossos traumas da mesma maneira com que nos despimos de nossas roupas. Tirarmos os medos como tiramos a maquiagem. Seria tão melhor se pudéssemos falar sempre como falamos quando a adrenalina nos invade. Se pudéssemos nos comunicar com a sinceridade do momento mais íntimo.
Se conseguíssemos manter ao menos um pouco do que prometemos ao outro quando estamos entre quatro paredes, certamente, seriamos mais plenos, mais felizes. E, provavelmente, teríamos mais chance de futuro em muitas das nossas relações. Se fossemos honestos conosco, e com o outro, desde o início e ao longo de todo o processo, seriamos menos insatisfeitos em nossas relacionamentos. Mas por alguma razão, muito pouca gente consegue isso...

segunda-feira, junho 02, 2014

Em tuas mãos rendição
Por tua boca perdida
Com teu cheiro encontro
Nos teus braços entregue

Com tua pele arrepio
Em teu gosto acendo
Por teu corpo desejo
Meu melhor vício: você

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...