...ao vento

A percepção que uma pessoa tem de si mesma é algo que ainda me surpreende. Difícil encontrar alguém que seja, realmente, como diz que é. Quase sempre acreditamos ser quem descrevemos... mesmo que os outros não percebam isso. Inventamos uma imagem e a assimilamos em nossas vidas, acreditando que os outros também vêm o que vemos.
Alguns utilizam o medo para desculpar certas incapacidades. Alguns citam os traumas para justificar suas inconstâncias. Alguns usam o amor para motivar suas incoerências.
E, a maioria das pessoas, utiliza desculpas tolas para fugir de situações com as quais não conseguem lidar. Desculpas baseadas na visão distorcida que têm de si mesmas. Desculpas criadas pelo auto-engano. E que com isso nos isentam da responsabilidade, que temos, pelos sentimentos causados nos outros. Saímos ilesos, por mais que magoemos outra pessoa.
Será que é tão difícil lembrarmos que pequenas promessas não são ditas e sim realizadas? Cuidarmos porque nossos atos podem ser justificados, ou até desculpados, com palavras, mas não deixam de causar dor? Sabermos que nossos gestos causarão menos danos se pensarmos antes de agir, ou mesmo de falar? Por menor que seja nossa ação, sempre terá conseqüências.... E cabe a cada um de nós, cuidar para que essas conseqüências não se voltem, um dia, contra nós, contra o seu próprio criador.