quarta-feira, outubro 24, 2007

... mente inquieta

Hoje uma afirmação de Marcel Proust me chamou a atenção: "Só se ama o que não se possui completamente". Quando li me pareceu apologia à busca insensata de um amor não correspondido. E, confesso, isso me deixou bastante irritada.
Minha inquietude perdurou por algumas horas. Até que eu percebesse que por mais que eu queira confiar e amar alguém eu nunca serei dona de uma pessoa. Nunca a possuirei completamente, portanto. Não terei certeza absoluta de que esta pessoa confiará em mim e me amará na mesma intensidade. Nem ao menos saberei se esta pessoa conseguirá (ou desejará) manter meu sentimento de amor aceso.
Sentimentos são tão mutáveis quanto nós, seres humanos. Por mais promessas e juras de amor eterno que os casais troquem, não existe garantia ou segurança no amor. Uma relação é como uma planta: se não for regada constantemente, murchará. E para regar essa relação dependeremos sempre de duas pessoas. Pessoas com desejos e pensamentos próprios, que são indivíduos antes de ser uma dupla. E que são diferentes. Mas essa é a mágica de tudo. O que torna qualquer relação perigosa e instável é exatamente o que nos fará ter vontade de mantê-la.
Foi então que entendi que jamais “possuirei completamente” alguém. E nem quero.

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