Chorando pelo Mercado

Nesse momento São Pedro chora pelo nosso Mercado Publico.

Porque hoje, um sábado que poderia ser só mais um, o mercado publico de Porto Alegre foi abraçado pelo fogo. Aquele mercado, que tantas vezes me recebeu carinhoso e complacente, para os momentos de indulgencia na banca 40.

O mercado, por cujas bancas de frios, queijos e temperos, eu tanto me perdi, pensando no que poderia cozinhar. O mesmo mercado da Japesca e das peixarias menores, onde ate umas 14h sempre se encontra o camarão fresco, no tamanho certinho que gosto.

O mercado aonde se pode sentar no balcão, e conversar com o Seninha, enquanto ele prepara o pedido. E onde um temaki nunca e o suficiente.

O mercado das frutas frescas, da sensação de centro gastronômico, dos ingredientes diferentes, das tantas imagens de santos. Mercado do Bar Naval, do meu adorado Gambrinus, da cachaçaria, e da banca do meu mel preferido. Mercado de tantos restaurantes que são referencia em nossa cidade.

Mercado Publico de Porto Alegre, que hoje foi abraçado pelo fogo da forma mais impiedosa possível. Um abraço que de caloroso nada teve. Um abraço infernal, que levou paredes, historia, cultura e alegria. Um abraço que deixa a todos em choque, e em profunda tristeza por um marco da cidade.

É por isso, que agora, neste momento, São Pedro chora sob os céus da capital gaúcha. Um choro forte, pesado. Choro de quem olha para baixo e pergunta, com dor: “Até quando meus filhos? Até quando vocês continuarão deixando o incendios acabarem com vidas e historia? Já não foi o suficiente?”. Chega de brincar com fogo!

Estrutura para os nossos bombeiros, por favor. Já e hora.