segunda-feira, outubro 13, 2014

Sempre ela...

E então, eu estou aqui no meio do turbilhão e vem aquela Dona Morte me assombrar de novo. E ela, só ela, que consegue fazer com que eu pense e repense tantas coisas na minha vida. Sempre a morte me deixando sem reação. Me fazendo rir de nervosa ou chorar de pânico. Me deixando sem chão. Tirando as palavras justo da boca de uma pessoa que raramente fica quieta.
Então, estou aqui, em lágrimas por uma pessoa que vi poucas vezes. Não pela pessoa, mas por quem ficou e eu conheço tão bem. E por pensar que poderia ser eu a passar por isso de um minuto pro outro. Essa coisa abrupta de não ter mais a pessoa amada sem tempo para despedidas.
A morte, sempre ela, que me faz questionar a vida. Só ela tem esse poder. E justo nesse final de semana. Dias que me puseram a questionar tantas coisas, vem a morte me fazer olhar a vida. No final de semana em que passei horas conversando com uma das pessoas que mais me conhecem, sem olhar para o telefone, me perguntando o que eu realmente quero de tantas relações em rede. No final de semana em que quebrei meus paradigmas para dar uma demonstração de carinho para alguém especial que me responde com "copy paste", sem sequer olhar o que eu fiz. No final de semana em que meu gatinho está doente e eu estou tão longe sem poder médica-lo, fazer um carinho, ficar tranquila. No final de semana em que minha sobrinha pede por mim e eu não posso abraçá-la, curtir essa demonstração. Nesse final de semana a morte chega para me lembrar que a vida é muito curta para eu me apegar a dores tão pequenas. A pessoas tão insensíveis. A cenas que já vivi.
Nesse final de semana, eu que parei de acreditar em acaso, começo a achar que talvez esteja recomeçando um namoro com ele. Para reaprender as coisas que esqueci lá atrás. Para valorizar um pouco mais cada momento tão pequeno da vida.
Já que cada vez mais me é escancarado que ela é tão efêmera.

Punida pela noite

Eu não achei que fosse possível conseguir o que mais queria e sentir um vazio tão grande. 
Eu não achei que fosse possível chegar onde eu tanto queria e me sentir tão perdida.
Eu não achei que fosse possível estar onde finalmente estou e sentir esse misto de sentimentos, essa confusão.
Eu não achei que um dia eu pudesse estar sozinha em algum lugar, e isso me abalar.
E tudo isso é possível.
Todos os dia pela manhã, eu caminho por 15 minutos até o trabalho e me sinto realizada, plena e satisfeita. E meus dias são ótimos, eu rendo e acredito que pertenço a esse lugar. Todos os dias o sol e o calor me dão uma energia que nem entendo de onde sai. E que acaba junto com ele.
Todas as noites, o oposto aparece. Sou consumida por um vazio que não se explica. Nao um vazio que me faça pensar em ir embora. Não é isso. Não um vazio que me faça falar em arrependimento. Nada disso. Apenas um vazio que não sei. Um vazio que não entendo. Um vazio que beira o desanimo e que me tira a força.
Eu não me entendo aqui. A cada manhã eu amo a cidade. A cada noite eu me apequeno e me diminuo. Eu emagreci. Eu perdi a fome, Eu não procurei os amigos que tenho. Eu me silenciei em casa. Tudo isso nas noites de uma cidade que adoro.
As noites que me deprimem. As noites que me sugam. As noites que me deixam vazia, rolando com minha insônia de um lado ao outro da cama. Aqui, as noites me consomem.
Aqui, eu estou dia. E isso não pode durar para sempre.

domingo, outubro 12, 2014

Hoje, escondido em meio aos meus passados presentes, lembro com medo e saudade, como o amor um dia já me pareceu certo. O tempo passou, algumas dores ficaram e os traumas me parecem constantes. Independente disso, ainda caminho me apaixonando e, volta e meia, me dizendo que agora não é hora de amar. Mas, em silêncio, sei que sempre é hora de amar. Sei também que talvez o meu receio de amar seja só para ele ficar cada vez mais vizinho. Já que com tempo aprendi que quando rejeitamos o amor, o tornamos cada vez mais presente, pois o relembrar da necessidade de esquecer é uma memória presente e covarde.
Dores de amor caminham sempre conosco. A memória voa. A saudade é incansável. Mas o amor é certeza. E mesmo quando não é, deveria ser. O medo de amar é uma constante para todos que já foram para-raio dos descasos alheios. Mas amor é flor e cheiro, e, por mais que se vá, a flor sempre deixa seu perfume ao vento. E, por acaso você já viu o vento ir embora e nunca mais voltar? Ele sempre volta, vezes calmo, como quem sussurra e te conta algo, vezes se guarda para vir tempestivo, mas, quando vem, não há resistência que sirva de muro.
Que sejamos mistérios de amar, mas também vontade de viver. Que tenhamos medo, mas não descartemos a possibilidade de nos surpreender. Por fim, que sejamos sempre amor. E, se o medo quiser nos convencer que histórias e traumas se repetem, digamos a ele que ele precisa amar um pouco mais…
(O medo de amar - Frederico Elboni)

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...