quinta-feira, agosto 28, 2014

E quando não se acredita em mais nada, surge alguma coisa para alimentar a esperança. E quando se perdeu a fé, surge algum sinal para não desistir. E quando se está cansado, surge um carinho, um afago. E quando se está amargo, surge um sorriso longinquo. E quando se esta sofrido, surge um abraço amoroso. E quando, finalmente, se está em paz...
...quando se está em paz basta deixar que as alegrias nos abracem. Basta envolver a alma. Basta abrir o coração. Mesmo que dure tão pouco.

quarta-feira, agosto 27, 2014

saudades tuas

saudade do que nem sei
daquilo que não vivi
do tudo que não te dei

saudade do teu abraço
do teu corpo em contato
da sentir tuas mãos em mim

saudade do que passou
do dia que não tivemos
da noite que foi amor

saudades do que não vem
do que virou lembrança
do que foi só desejo

saudades de ti
de ser tão tua
de apenas estar ali





domingo, agosto 24, 2014

Solidão

Um dia uma pessoa me falou que era solitária por opção. Confesso, senti inveja. Eu sou solitária. Nao por opção. Sou por que me sinto sozinha.
Na maioria das vezes prefiro meu canto a lugares movimentados e badalados. Estar neles não vai mudar minha sensação. Sou sozinha. Fico solitária, por que na maioria do tempo não consigo preencher aquilo que nem sei o que é. Só sei que está ali. Quem não me conhece, nem imagina. Eu que estou sempre rindo, que sou tão falante. Enfim, sou sozinha, apenas, não infeliz.
Tem dias, como o dia de hoje, em que fico pensando no motivo de me sentir assim. Ser sozinho no meio de um monte de gente, é estranho. Ser sozinho quando se tem amigos carinhosos e preocupados, é incomum. Ser sozinho com uma família amorosa não é habitual. Mas é assim que me sinto. Sozinha, mesmo com tanta coisa acontecendo ao meu redor. Sozinha, no meio de uma multidão. Sozinha, se estiver com a pessoa errada. Sozinha, mesmo grata à generosidade das pessoas que ainda tentam encher minha vida de gente e movimento.
Talvez, um dia, nesse mundo louco, eu encontre alguém tão sozinho quanto eu. Alguém que entenda meu jeito de funcionar, dentro da minha solidão, e me tire dela sem desrespeita-la. Alguém que respeite meus silêncios. Minha necessidade de escrever. Meu gosto por ler ouvindo música, para preencher vazios. Meu jeito de ver vários seriados em sequência, para movimentar a casa. Minha paixão por cozinha, por causa dos cheiros e texturas. Talvez um dia, alguém que tem essa mesma sensação que eu tenho, de preferir seu mundinho a um mundo em que não se encaixa, me olhe e nós consigamos nos entender sem nem falar. Talvez, algum dia, eu possa simplesmente sentir que sou sozinha, mas também sou um par.
Enquanto isso, fico aqui, desfrutando da minha solidão. As vezes sofrendo com ela. As vezes compartilhando meu mundo com as poucas pessoas que não o invadem, que respeitam meus limites. Até lá continuo assim, sozinha. Nao infeliz.

quarta-feira, agosto 20, 2014

Perdida em ti

Eu não sei se tu imagina tudo o que eu gosto em ti. Até hoje me pergunto se já consegui te dizer todas as coisas que vejo em ti. Ou o que fez com que eu me apaixonasse.
Poderia falar do teu beijo. Quando nos beijamos, a sintonia é perfeita, parece que nascemos para isso. Poderia falar da química que temos. Algo único, tão raro, que me deixa sonhando por dias. Poderia mencionar teu sorriso tímido, difícil de arrancar. Sorriso de menino em um corpo de homem feito. Poderia ainda citar o teu modo de falar comigo. Teu tom de voz calmo, quase sussurrando meu nome. Ou o que escreves, o que dizes, tudo tem sempre tanto conteúdo, tanta relevância, tudo é tão ponderado e certo. Poderia falar sobre o quanto te admiro como pai. Da forma com que és sempre tão dedicado a tuas meninas. Poderia te lembrar do tanto que me fazes rir. Sim, tem dias em que dou gargalhadas com algumas lembranças. Tantos são os aspectos que me envolvem... Tantas coisas gosto em ti. Eu ficaria horas te contando.
Com tudo isso que adoro em ti, foi outra a razão pela qual me apaixonei. Tudo isso me envolveu. São os motivos que me encantam. Foi o que me chamou a atenção. É o que me conquista. Me faz querer estar perto de ti. Agora, me apaixonar? Ah. Isso foi em um momento. E eu lembro bem qual foi.
Eu soube exatamente quando me apaixonei. Fiquei entregue, por culpa deles. Em nosso primeiro jantar. Ali, enquanto eu prendia meus cabelos, com as mãos, tu me olhava com essas tuas bolitas por baixo dos óculos. Eu soube que estava perdida. Dissesses que eu me exibia para ti e desse um sorriso meio bobo, meio de menino, nesse dia, meio lisonjeado. Naquele momento, teus olhos me ganharam. Teus olhos que pareciam olhar minha alma. Pareciam me dizer: "eu sei, também tenho medo disso, também não entendo". Naquela noite, naquele restaurante, me perdi por ti. Baixei minha guarda e minhas barreiras. Estava entregue, totalmente. Tudo o que veio depois, foi consequência do teu olhar.
Com todas as coisas que gosto em ti. Com tantas qualidades que me fazem te admirar. Com tantas razões para querer estar perto de um homem como tu. Quando penso em ti, é teu olhar que vejo primeiro. Sempre que tento desistir dessa loucura, lembro de como olhas no fundo de mim, e esqueço de tudo. Esqueço até mesmo de como tudo isso é tão difícil.

sábado, agosto 16, 2014

Acostume-se

Achei tão, mas tão, a minha cara... Tive que postar aqui.

Acostume-se (Leca Lichacoviski)

Não estranhe as minhas manias, não. Aliás, acostume-se com elas para a minha estadia ser mais longa e confortável. 

Acostume-se que tenho preguiça de tirar a maquiagem a noite e que prefiro andar descalça pela casa. Acostume-se que falo com cachorros na rua e, se eu puder, vou fazer carinho neles. Acostume-se que sempre vou deixar um espaço para a sobremesa.

Habitue-se com o fato de que falo junto com as personagens durante os filmes (mas digo baixinho para não te atrapalhar). Eu também prefiro o lado da cama que fica próximo à parede ou ao armário – e eu roubo a coberta. Desculpe por isso…
Acostume-se com o fato de que não preciso de um momento especial para dizer que eu amo. Pode ser logo depois de acordar, ou às 16h39, ou antes de dormir, ou durante um abraço. Falo quando der vontade… E mais de uma vez ao dia.
Acostume-se comigo aqui. Não invadindo o seu espaço, mas ocupando uma fração dele e que o mesmo acontece no sentido inverso. Acostume-se com a ideia de que você também faz parte do meu e de mim. E, mais do que tudo, acostume-se com o meu coração romântico-teimoso, porque ele agora é seu.

quinta-feira, agosto 14, 2014

Eu queria, agora, poder olhar nos teus olhos e dizer que a vida é boa. Que amanhã estaremos aqui. Que nada de ruim acontece. Eu queria não estar assim, tão abalada e tomada pelas lembranças que esse monte de mortes tristes e surpreendentes me trouxeram essa semana. Eu queria não estar sentindo esse tanto de saudade, de ausência e de dor. Eu queria não ter lembrado de quem tinha uma vida toda pela frente. Eu queria que um sorriso desse fim ao vazio.
Eu queria te dar um abraço, agora, daqueles bem apertados. E ficar enroscada em ti. Eu queria. E sei que isso me acalmaria. Mas tu não está aqui.

Por mais certo que seja, eu não aprendo...

Essas mortes todas dessa semana mexeram comigo. Em especial, porque no meio delas, perdi uma pessoa que me era querida. Uma senhora de 92 anos com quem eu convivia há 10. Uma senhora que me pedia abraços a cada vez que me via e adorava me dizer que eu era a moça mais bonita que ela conhecia. Uma senhora que era só doçura. Em meio a tantas mortes de pessoas importantes para o mundo, morreu uma pessoa que era importante para mim. E isso me abalou. Em especial porque eu tenho uma dificuldade danada para lidar com a morte.
Já escrevi sobre isso muitas vezes aqui. Elaboro mal a morte. Dependendo a situação, não sei reagir, não sei controlar, não sei o que falar. Isso deve ter começado lá na minha infância, bem cedo. Meu avô faleceu quando minha mãe estava grávida, ainda me esperando. Eu nasci ouvindo falar na morte de uma pessoa que eu queria muito conhecer e amar por tudo o que foi, mas que nunca vi efetivamente. Amei um homem que morreu antes do meu nascimento, algo pesado e ao mesmo tempo especial. Ainda bem pequena, meu primeiro contato real com a morte foi exatamente o falecimento da minha bisavó, mãe desse meu avô. Eu já sabia que a morte de alguém, especialmente alguém que eu amava tanto, era algo muito sério mas ali, naquele dia ensolarado, sentada na cama dos meus pais ouvindo a notícia eu não conseguia assimilar a importância do que eles me contavam. Eu não conseguia mensurar o vazio que sentiria nos anos seguintes pela falta dessa minha bisa. Queria chorar e não havia como. Queria sofrer, mas ainda não sentia a dor. Eu não imaginava que ela viria depois, aumentando aos poucos. Não sabia que não ter mais as visitas a casa dela me faria tanta falta. Que as tardes de brincadeiras sob a goiabeira, que os biscoitos servidos com guaraná Polar, que a garrafa de música com a bailarina mágica ou a penteadeira antiga ficariam tão profundamente marcados na minha memória afetiva. Meu primeiro contato com a morte foi sem reação imediata. E cobra seu preço até hoje.
Depois dela, perdi muita gente. Perdi meus avós paternos. Perdi minha avó materna, a quem amei mais do que a todos os outros. Perdi minha melhor amiga, muito jovem, e de uma maneira tão injusta e inexplicável que nada nessa vida pode me consolar, por mais que o tempo passe. Perdi vários amigos. Perdi meu tio. Vi pessoas amadas perdendo parentes queridos. Entendi que a vida é feita de perdas. Que a morte é implacável e não anuncia sua chegada. E que em muitos casos, até conseguimos nos recuperar dessa dor inexplicável, mas em outros tantos, o vazio fica ali, escondido no fundo do coração. Que as vezes, quando a lembrança bate, é impossível segurar o choro, ou ate um gostoso sorriso de saudade, pelas doces lembranças que as pessoas deixaram.
Apesar de ter tido tantas perdas, eu percebi, no velório dessa semana que ainda pareço aquela menina lá de trás, sentada na cama dos meus pais, sem saber como reagir. Sim, eu sofro e choro. Sim eu sinto uma dor imensa, até pela dor alheia. Porém, com raras exceções, é quando estou sozinha, quando estou quieta, que eu consigo colocar para fora todo esse meu sentimento. Isso me dói, pois muitas vezes eu não consigo demonstrar nem mesmo para a família, que me importa e ficou, o quanto eu realmente sinto a morte de alguém. Essa semana, não consegui fazer isso, e sei que era importante para eles. Eu lastimo ser assim. Eu queria saber reagir diferente diante da única coisa que é realmente certa nessa vida.

terça-feira, agosto 12, 2014

O que o vazio levou...

Depressão. Essa doença que se popularizou e faz com que a gente acredite saber muito sobre ela. Mentira. Ninguém sabe o que realmente passa na mente de uma pessoa com depressão severa mesmo convivendo com ela. Só se entende levemente ao passar por uma crise. E olhe lá, pois a depressão tem sintomas tão únicos e simgulares em cada indivíduo, e muitas vezes chegar ao exame para seu diagnóstico já é muito complicado.
A grande maioria das pessoas acha que palavras de estímulo, que um empurrão, companhia podem ajudar quem está deprimido. Pura bobagem. Medicação (forte, e muitas vezes formada pela combinação de remédios), acompanhamento médico e muita força de vontade, são os principais fatores que podem tirar uma pessoa do vazio causado pela crise. E ainda existe uma grande diferença entre ter uma crise ou ser depressivo, outra coisa que dificilmente entendemos. Para quem sofre de depressão, a crise, estará sempre por ali, a espreita. Esperando uma oportunidade para se instalar.
Durante a crise, o depressivo sente um vazio tão imenso, uma solidão tão inexplicável que nada se justifica. Nao tem vontade de levantar da cama. Não quer conversar. Nao quer comer nem trabalhar. Não vê muita razão nas coisas da vida e briga consigo mesmo (e muito) para conseguir realizar tarefas banais. Ele não vê razão para sair de onde está (e de como está). Não há sol que justifique ir para a rua. Não há cheiro de comida que estimule uma refeição. Não a amor que o faça ter vontade de sorrir para alguém. Não há felicidade, há apenas dor e tristeza profundos.
Eu não sou psiquiatra, nem estudiosa do assunto. O que escrevo não tem nenhum embasamento técnico. Apenas já vi essa doença levar pessoas ao chão. Pessoas que com muita dificuldade levantaram e conseguiram retomar suas vidas. Pessoas que conseguiram se tratar, buscar um profissional, lutar contra a vontade de não aceitar o que a depressão traz diariamente.
Ao que tudo indica, o ator Robin Williams perdeu essa batalha e em meio a uma crise depressiva cometeu suicídio. Perde sua família. Perdem todos que amavam seu trabalho. Perde uma comunidade ao ver essa doença levar mais um cidadão. E perdeu, ao longo de toda a vida o ator, atormentado pelo sofrimento que nenhum de nos consegue mensurar ou entender. Apenas, quem conhece essa doença pode ter a ideia de que ninguém escolhe a depressão. E ninguém opta por deixar essa vida, quando é vítima dela. Ninguém quer deixar de tratar ou descuidar de uma doença tão seria. Isso acontece como um sintoma da própria doença.  Por isso, a melhor forma de ajudar é estar presente, mas sem invadir. E lembrar que não está na pessoa opção da pessoa a ausência do sorriso. Ele so não poderá sair do rosto de está em quem estiver perto. Assim como a paciência e o jeito para que o tratamento não seja abandonado por nenhum dia.

sábado, agosto 02, 2014

Ouvindo agora

Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da sua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Pra matar meu desejo
Faz tempo que não te vejo
Ai, que saudades d'ocê

Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai, que saudades sem fim

E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando ia viajar
Oce caía no choro
E eu chorando pela estrada
Mais o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina

Eu gosto mesmo é d´ocê

Aí que saudades d'oce - Geraldo Azevedo/ Elba Ramalho/ Zé Ramalho

Bandaid, por favor

Você acha que encontrou alguém incrível. Diferenciado. Maduro. Aberto. E essa pessoa é tudo isso, e ainda é espetacular com você. Você baix...